Leitura Bíblica: Judas 1:3-4
Versículo-chave: “Amados, embora planejasse escrever-lhes com todo empenho sobre a salvação que compartilhamos, entendo agora que devo escrever a respeito de outro assunto e insistir que defendam a fé que, de uma vez por todas, foi confiada ao povo santo.” (Judas 1:3 NVT)
Você já refletiu sobre os riscos que podem colocar em perigo a sua fé? Na carta de Judas, encontramos um aviso sério e urgente, cuja relevância atravessa os séculos e chega até nós. Mas será que conseguimos identificar esses riscos? Estamos realmente prontos para enfrentá-los?
Embora Judas tivesse ligação familiar com Jesus (Mateus 13:55; Marcos 6:3), ele não procura exaltá-la, mas adota uma postura marcada por profunda reverência e humildade, apresentando-se como “escravo de Jesus Cristo e irmão de Tiago” (Judas 1:1 NVT). Essa forma de descrever a si mesmo revela que, para ele, a verdadeira dignidade não estava em vínculos humanos, mas na obediência ao chamado divino. Por isso, Judas se coloca como uma testemunha fiel de Cristo, empenhada em exortar os cristãos à fidelidade.
Judas não inicia sua carta com longas saudações ou introduções, mas vai direto ao ponto, apresentando seu objetivo de forma clara e direta:
“Amados, embora planejasse escrever-lhes com todo empenho sobre a salvação que compartilhamos, entendo agora que devo escrever a respeito de outro assunto e insistir que defendam a fé que, de uma vez por todas, foi confiada ao povo santo.” (Judas 1:3 NVT)
O autor explica que desejava falar sobre a salvação comum a todos os cristãos, mas sentiu-se impelido a tratar de uma questão mais crítica: a presença de falsos mestres entre o povo de Deus. Essa mudança de direção mostra a responsabilidade que Judas carregava ao perceber as ameaças que rondavam a igreja. Desde o início, ele deixa claro que a caminhada cristã não é passiva, mas envolve vigilância e luta. Por isso, convoca os cristãos “que defendam a fé que, de uma vez por todas, foi confiada ao povo santo”. Esse chamado é, ao mesmo tempo, um privilégio e uma responsabilidade, pois seguir a Cristo demanda empenho, constância e devoção.
Judas descreve esses falsos mestres como “indivíduos perversos” que se infiltraram na comunidade “sem serem notados, dizendo que a graça de Deus permite levar uma vida imoral” (Judas 1:4a NVT). A expressão “vida imoral” refere-se a práticas sexuais ilícitas, traduzidas em algumas versões como “libertinagem” ou “lascívia”. Esses indivíduos corruptos se introduziam sorrateiramente na igreja, praticando e promovendo o pecado como se fosse algo aceitável, distorcendo, assim, o verdadeiro significado da graça de Cristo.
Judas adverte ainda que “a condenação de tais pessoas foi registrada há muito tempo, pois negaram Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor” (Judas 1:4b NVT). Esses falsos mestres não apenas viviam em pecado, mas rejeitavam a autoridade de Cristo. Ao deturparem o ensino da graça, induziam os crentes a crer que, por serem salvos, poderiam viver de qualquer maneira — uma grave distorção da verdade. Afinal, como diz Paulo: “Uma vez que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?” (Romanos 6:2 NVT). Aqueles homens, ao recusarem submeter-se às ordens de Cristo, O negavam como “único Soberano e Senhor”.
Portanto, o apelo de Judas continua atual e necessário: a fé que recebemos é um bem precioso, confiado por Deus, e cabe a nós preservá-la com zelo, coragem e amor. Defender a fé não significa apenas refutar falsos ensinos, mas viver coerentemente com o Evangelho que professamos. É manter-se firme na verdade da Palavra, mesmo quando o mundo tenta moldar nossas convicções. Hoje, mais do que ontem, o povo de Deus é convocado a discernir, resistir ao engano e permanecer com os olhos fixos em Cristo – o “nosso único Soberano e Senhor”!




