Leia Atos 25:19
“Tinham alguns pontos de divergência com ele acerca de sua própria religião e de um certo Jesus, já morto, o qual Paulo insiste que está vivo.”
Paulo foi preso em Jerusalém acusado de profanar o Templo, conforme registrado nos eventos de Atos 21. A multidão de judeus estava determinada a matá-lo, mas, o comandante romano interveio. Após comparecer perante o Sinédrio, Paulo foi enviado à cidade de Cesareia, também pelo comandante Cláudio Lísias, devido à descoberta de uma conspiração entre os judeus para emboscar e assassinar o apóstolo. Durante sua defesa, Paulo permaneceu coerente e incisivo, apresentando repetidamente os mesmos argumentos: ele destacou sua transformação como pessoa após o encontro com Jesus no caminho de Damasco e, acima de tudo, enfatizou a ressurreição como nossa esperança.
Após a confusão em Jerusalém e a subsequente prisão de Paulo em Cesareia, Félix foi substituído pelo governador Festo dois anos depois. Durante uma visita de Festo a Jerusalém, os principais sacerdotes e influentes judeus apresentaram acusações contra Paulo. O governador instruiu-os a acompanhá-lo a Cesareia para apresentarem suas acusações (leia Atos 25:1-7).
Novamente, Paulo defendeu-se, mas quando percebeu o perigo de ser enviado a Jerusalém e enfrentar um julgamento injusto, ele decidiu apelar para César (leia Atos 25:8-11). “Então Festo, tendo falado com o conselho, respondeu: ‘Apelaste para César? para César irás’.” (Atos 25:12). Em outras palavras, como cidadão romano, Paulo tinha o direito de apelar para a mais alta corte do Império, o que seria comparável ao Supremo Tribunal Federal no contexto brasileiro; e foi o que ele fez.
Após um intervalo de tempo desde os eventos anteriores, o rei Agripa II – filho do rei Agripa I, o Herodes que ordenou a execução de Tiago e também que foi comido por vermes (leia Atos 12:1,2,21-23) – fez uma visita a Cesareia acompanhado de sua irmã Berenice. Ambos eram irmãos de Drusila, a “esposa” de Félix (Atos 24:24). Durante a narrativa da história de Paulo diante do rei Agripa II, Festo mencionou que seus acusadores não apresentaram nenhuma acusação significativa, exceto que “tinham alguns pontos de divergência com ele acerca de sua própria religião e de um certo Jesus, já morto, o qual Paulo insiste que está vivo.”
É evidente a forma superficial como Festo menciona Cristo, Sua morte e ressurreição. Para o governador, Jesus parecia ser apenas “um certo Jesus, já morto, e Paulo afirma que está vivo”. No entanto, esse Jesus, a quem Festo orgulhosamente admite não conhecer e menospreza como alguém não merecedor de atenção, é, na verdade, Aquele que diz: “fui morto, mas eis que estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno” (Apocalipse 1:18).
O que Paulo afirmava sobre Jesus – de que, verdadeiramente, Ele vive! – é uma questão de extrema importância. Se a ressurreição de Cristo não for verdadeira, todos nós, cristãos, estamos perdidos! Em sua carta aos coríntios, Paulo oferece uma explicação e defesa detalhadas da ressurreição de Cristo. Ele fundamenta seu argumento citando os testemunhos da ressurreição – testemunho dos apóstolos, incluindo ele mesmo, e o testemunho de quinhentas pessoas que viram a Cristo depois que Ele ressuscitou (leia 1 Coríntios 15:3-8). Paulo ainda acrescenta:
“Pois, se os mortos não ressuscitam, Cristo também não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé; ainda permanecemos em nossos pecados. E também os que morreram em Cristo estão perdidos. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens“ (1 Coríntios 15:16-19).
Portanto, a crença na ressurreição é absolutamente essencial para a fé cristã!