Leitura Bíblica: Tiago 4:3
Versículo-chave: “E, quando pedem, não recebem, pois seus motivos são errados; pedem apenas o que lhes dará prazer.” (Tiago 4:3 NVT)
O versículo anterior conclui afirmando: “não têm o que desejam porque não pedem” (Tiago 4:2 NVT). Em seguida, Tiago aprofunda a questão com uma crítica: “E, quando pedem, não recebem”. Em outras palavras, há quem ore com insistência, mas ainda assim não é atendido. As palavras são proferidas, as súplicas são feitas e, contudo, não há resposta. Mas por quê?
A explicação virá logo adiante, mas Tiago já nos antecipa uma verdade essencial: nem toda oração é ouvida por Deus. O simples ato de pedir não garante uma resposta favorável, pois é possível orar com fervor, e ainda assim orar de modo equivocado. O pedido em si não basta — é necessário que ele esteja em harmonia com a vontade de Deus.
“Estamos certos de que Ele nos ouve sempre que lhe pedimos algo conforme sua vontade. E, uma vez que sabemos que Ele ouve nossos pedidos, também sabemos que Ele nos dará o que pedimos.” (1 João 5:14-15 NVT)
A oração, portanto, não é um método para impor nossa vontade a Deus, mas um caminho para nos conformarmos à vontade dEle.
Tiago então descreve o motivo das orações sem resposta: “pois seus motivos são errados”. O obstáculo não está em Deus, mas na corrupção das intenções humanas. Muitos pedem com o coração tomado por egoísmo, inveja, vaidade ou cobiça. Suas petições nascem de um desejo desordenado, centrado no próprio prazer. Assim, em vez de honrar o Criador, transformam a oração em um meio de autopromoção — reduzindo o Senhor Deus a um instrumento de satisfação pessoal.
Agora, Tiago denuncia a intenção por trás das orações sem resposta: “pedem apenas o que lhes dará prazer”. A mesma paixão que gera conflitos (Tiago 4:1) é agora o alvo das orações distorcidas. O homem, escravizado por seus próprios apetites, tenta usar a comunhão com Deus como meio de obter o que alimenta sua carne. A oração deixa de ser expressão de dependência e se torna instrumento de manipulação. Assim, ora-se para adquirir, não para servir; para possuir, não para abençoar; para desfrutar, não para glorificar a Deus.
Dessa forma, Tiago demonstra que não recebemos o que desejamos porque não pedimos; e, quando pedimos, nossos motivos são equivocados, vindos de um coração dominado por ídolos. O silêncio de Deus, então, não é indiferença, mas disciplina amorosa.
“Como dizem as Escrituras: ‘Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes’.” (Tiago 4:6 NVT)
Que o Espírito Santo nos conduza ao quebrantamento e à humildade, para que nossas orações deixem de buscar prazer próprio e passem a refletir o desejo de um coração rendido à vontade do Pai. Somente assim experimentaremos o favor de Deus e a alegria de viver em verdadeira comunhão com Ele.