Leitura Bíblica: Isaías 7:1-14; Mateus 1:20-24; Lucas 1:30-35
Versículo-chave: “Por isso, o Senhor mesmo lhes dará um sinal. Vejam! A virgem ficará grávida! Ela dará à luz um filho e o chamará de Emanuel.” (Isaías 7:14 NVT)
Desde Gênesis, as Escrituras apresentam a expectativa por Aquele que nasceria para libertar o povo: o Descendente prometido (Gênesis 3:15). Essa promessa atravessa toda a trajetória de Israel, especialmente sua organização monárquica, na qual os reis eram escolhidos e consagrados conforme os padrões estabelecidos pela Lei de Deus. Entre todos os ungidos, Davi ocupa um lugar de destaque como um tipo de Cristo – lembrando que “Cristo” significa “Ungido”.
Depois de Davi, a revelação sobre o nascimento do Descendente da mulher alcança seu ápice no ministério do profeta Isaías, cujo nome quer dizer “o Senhor é salvação”. Ele é convocado para confrontar a nação que havia violado a aliança estabelecida com Davi (1 Crônicas 17:11-14). O momento histórico registrado por Isaías abrange a morte de Uzias, o breve governo íntegro de Jotão e, mais tarde, o reinado perverso de Acaz.
O contexto imediato do versículo-chave de hoje é uma crise ocasionada por uma ameaça política. A Síria e Israel haviam formado uma aliança para resistir ao poder da Assíria e, ao perceberem que Acaz não se juntaria a eles, “Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, saíram para atacar Jerusalém”’ (Isaías 7:1 NVT). A intenção era destronar Acaz e colocar “o filho de Tabeal para reinar sobre Judá” (Isaías 7:6 NVT).
A notícia fez o rei ficar aterrorizado e, diante dessa situação, Isaías é enviado ao encontro de Acaz para transmitir a mensagem de que o plano daqueles governantes não teria êxito. Então Deus dá ao rei uma ordem inesperada:
“Depois, o Senhor enviou esta mensagem ao rei Acaz: ‘Peça ao Senhor, seu Deus, um sinal de confirmação. Pode ser algo difícil, alto como os céus ou profundo como o lugar dos mortos’.” (Isaías 7:10-11 NVT)
O pedido de um sinal representaria a certificação divina garantindo a continuidade da casa de Davi. Contudo, Acaz, de modo hipócrita, de maneira hipócrita, se recusa a cumprir a ordem divina (Isaías 7:12). De fato, no Antigo Testamento, tentar Deus é uma falta grave, e aquele que incorre em tal pecado é severamente punido (Êxodo 17:2-7; Números 14:22). Mas, a resposta do rei Acaz, embora com aparência de piedade, revelou incredulidade e sua inclinação em depender da Assíria, e não do Senhor. Diante dessa recusa, Isaías repreende o rei e se dirige não somente a ele, mas aos “descendentes de Davi”, destacando que a infidelidade do rei não anularia a promessa messiânica. Assim, Deus toma a iniciativa e concede o sinal:
“Por isso, o Senhor mesmo lhes dará um sinal. Vejam! A virgem ficará grávida! Ela dará à luz um filho e o chamará de Emanuel.” (Isaías 7:14 NVT)
Esse sinal ultrapassa a incredulidade de Acaz e transforma-se em promessa permanente para toda a linhagem de Davi. Ele conecta-se à primeira promessa de Gênesis 3:15 e alcança sua realização plena quando “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4:4 NVT).
A profecia de Isaías tem, portanto, seu cumprimento definitivo no Novo Testamento: o nascimento de Jesus, o Cristo.
“Tudo isso aconteceu para cumprir o que o Senhor tinha dito por meio do profeta: ‘Vejam! A virgem ficará grávida! Ela dará à luz um filho, e o chamarão Emanuel, que significa ‘Deus conosco’.” (Mateus 1:22-23 NVT)
Embora a gravidez de uma jovem fosse algo comum, o extraordinário desse sinal reside no fato de que uma virgem conceberia sem participação humana, e a criança seria o próprio Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo (Lucas 1:35). O nome dado ao menino – “Emanuel, que significa ‘Deus conosco’” – declara que Deus viria habitar entre Seu povo. Assim, “Emanuel” representa tanto o sinal “alto como os céus” quanto “profundo como o lugar dos mortos”, mencionado em Isaías 7:11. O “Emanuel” é o Deus que desce até a humanidade e, como Homem, desce ainda mais às profundezas do juízo substitutivo; mas Ele é também o Deus exaltado, que “subiu acima de todos os céus” (Efésios 4:10 NVT).




