Leitura Bíblica: Tiago 4:17
Versículo-chave: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado.” (Tiago 4:17 ARC)
O versículo de hoje representa a conclusão direta das exortações de Tiago acerca da presunção humana. Ele nos alerta a rejeitar o orgulho, classificando-o não apenas como insensato, mas também como maligno (Tiago 4:16). Os leitores originais da carta, assim como muitos em nossos dias, almejavam uma existência próspera e bem-sucedida neste mundo, sem considerar a soberana vontade de Deus — e ainda se gloriavam em suas realizações terrenas.
Encontrar contentamento na autoconfiança e nas ilusões da própria presunção é um erro grave que deve ser evitado com vigilância por qualquer pessoa prudente. Pois, “aquele, que sabe fazer o bem e não o faz comete pecado” (Tiago 4:17 ARC). A expressão traduzida como “bem” remete a atitudes moralmente corretas e em harmonia com a vontade revelada de Deus.
Dessa forma, comete pecado todo aquele que ouve a Palavra e não a pratica, julga o próximo com parcialidade, blasfema contra os humildes, orgulha-se da fé sem obras, ensina com arrogância, usa a língua para amaldiçoar, acumula riqueza de forma injusta – a questão não está entre praticar o bem ou praticar o mal, mas entre conhecer o bem e deixar de realizá-lo.
Na Bíblia, encontramos diversas parábolas e advertências que ressaltam a gravidade dos pecados de omissão:
“Não deixe de fazer o bem àqueles que precisarem, sempre que isso estiver ao seu alcance. Se você pode ajudar seu próximo agora, não lhe diga: ‘Volte amanhã, e lhe darei algo’.” (Provérbios 3:27-28 NVT)
“O servo que conhece a vontade do seu senhor e não se prepara nem segue as instruções dele será duramente castigado. Mas aquele que não a conhece e faz algo errado será castigado com menos severidade. A quem muito foi dado, muito será pedido; e a quem muito foi confiado, ainda mais será exigido.” (Lucas 12:47-48 NVT)
Na parábola de Jesus sobre as ovelhas e os bodes, as pessoas não são condenadas por terem cometido atos explicitamente maus, ilegais ou imorais, mas por terem negligenciado o socorro aos irmãos quando tiveram a oportunidade (Mateus 25:41-46). Da mesma forma, o servo infiel na Parábola dos Talentos não foi acusado por ter feito algo proibido, mas de ter deixado de usar, com diligência, o talento que lhe fora confiado (Mateus 25:24-27).
Assim, tanto aquele que deixa de fazer o bem que sabe que deveria fazer, quanto aquele que realiza o mal que sabe que não deveria praticar, comete pecado – não por ignorância, mas por deliberada rebeldia! É preciso lembrar que os pecados de omissão serão julgados com o mesmo rigor que os pecados comissão.
“Portanto, não nos cansemos de fazer o bem. No momento certo, teremos uma colheita de bênçãos, se não desistirmos. Por isso, sempre que tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé.” (Gálatas 6:9-10)