Leia Gálatas 2:14,15
“Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do Evangelho, disse a Pedro na presença de todos: ‘Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? Nós somos judeus por natureza, e não pecadores dentre os gentios’.”
Quando Paulo testemunhou Pedro agindo de maneira prejudicial tanto à verdade do Evangelho quanto à paz da igreja, ele não hesitou em repreendê-lo por suas ações. O que exatamente Paulo viu? Ele viu que Pedro não estava se comportando corretamente “conforme a verdade do Evangelho”.
Mais especificamente, quando Pedro chegou a Antioquia, ele compartilhava refeições com os cristãos gentios. No entanto, quando os judaizantes chegaram, Pedro recuou em sua comunhão com os irmãos gentios, afastando-se deles (leia Gálatas 2:11-13). Dessa forma, tanto Pedro quanto os outros, inclusive Barnabé, deixaram de viver de acordo com o princípio ensinado pelo Evangelho, que proclama que a parede divisória entre judeus e gentios foi demolida com a morte de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (leia Efésios 2:14-16).
Como a ofensa de Pedro foi pública, Paulo também o repreendeu “na presença de todos”, questionando-o: “Se você, sendo judeu, vive como os gentios e não como judeu, por que obriga os gentios a viverem como judeus?”. Com esse questionamento, Paulo procurou expor a contradição na conduta de Pedro, pois se ele, sendo judeu, podia dispensar a observância da lei cerimonial e viver de acordo com os costumes dos gentios, isso implica que ele não considerava a obediência à lei necessária, nem mesmo para os judeus, correto? Portanto, ele não poderia, de forma coerente com sua prática, impor essa obrigação aos cristãos gentios.
Paulo acrescentou ainda: Nós somos judeus por natureza, e não pecadores dentre os gentios”. Ele estava corrigindo a insensatez de retornar à lei. Se era errado para os judeus por natureza voltarem à lei e esperarem serem justificados por ela, ainda mais errado seria exigir dos gentios – que nunca estiveram sujeitos à lei – tal obrigação, uma vez que “pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (leia Gálatas 2:17). Assim, Paulo continuou ensinando a doutrina da justificação pela fé, assunto que estudamos nos devocionais de 20 a 24 de março.
Portanto, não basta crer no Evangelho, é necessário aplicá-lo em nossa vida diária. Esse incidente nos ensina a desconfiar de nós mesmos e a avaliar nossa vida à luz das Escrituras, pois somente por meio dela podemos obter a sabedoria necessária para permanecer firmes em nossos princípios. Além disso, devemos estar sempre prontos tanto a exortar com bondade e mansidão, quanto a receber repreensões. Você está disposto?