Leia Atos 21:28,29
“Homens israelitas, acudi; este é o homem que por todas as partes ensina a todos contra o povo e contra a lei, e contra este lugar; e, demais disto, introduziu também no Templo os gregos, e profanou este santo lugar. Porque tinham visto com ele na cidade a Trófimo de Éfeso, o qual pensavam que Paulo introduzira no Templo.”
O apóstolo Paulo, seguindo firmemente o caminho que acreditava ser a vontade do Senhor, dirigiu-se a Jerusalém, onde foi calorosamente recebido pelos seus irmãos na fé (leia Atos 21:17,18). Naquele momento, Jerusalém estava repleta de pessoas devido à celebração da Festa de Pentecostes – também conhecida como a Festa das Semanas, Festa das Primícias e Festa da Colheita (leia Êxodo 34:22). Judeus de todas as partes estavam presentes, já que essa era uma das três festas anuais que exigiam a presença de todos os homens judeus no Templo (leia Êxodo 23:17). Consequentemente, havia uma grande agitação no local, onde Paulo enfrentaria a adversidade que mudaria totalmente sua maneira de cumprir a missão.
Enquanto Paulo estava no Templo, alguns judeus vindos da Ásia instigaram o povo e levantaram uma acusação falsa, alegando que Trófimo, o efésio, havia entrado no Templo. O texto relata que Paulo foi acusado de ensinar contra o povo, contra a lei e contra o Templo, além de profaná-lo, “porque tinham visto com ele na cidade a Trófimo de Éfeso, o qual pensavam que Paulo introduzira no Templo”. Em outras palavras, eles viram Trófimo (um gentio) com Paulo nas ruas da cidade, o que não era absolutamente um crime, mas afirmaram que ele estava com Paulo dentro do pátio do Templo, o que era considerado um crime terrível. Paulo não havia feito tal coisa, mas, para eles, a realidade não importava.
Assim, a multidão enfurecida se aglomerou ao redor de Paulo, arrastou-o para fora do Templo, fechou as portas e tentou matá-lo (leia Atos 21:30,31). Ele só não foi morto naquele momento devido à chegada do comandante, que, diante da confusão, ordenou que Paulo fosse preso. Aliás, os soldados tiveram que carregá-lo devido à violência da multidão que o seguia, clamando: “Matem-no!” (leia Atos 21:33-36).
É impressionante como a vida e a morte se aproximam perigosamente quando os atos religiosos se desviam do verdadeiro propósito de Deus! Uma pessoa que odeia está propensa a matar, pois o ódio a desumaniza e, pode mobilizar suas paixões ao ponto de se tornar agressiva, violenta e criminosa. Jesus nos alertou sobre o perigo de irarmos sem motivo contra nossos irmãos, pois isso nos torna culpados perante o tribunal. Ele também nos advertiu que aquele que chamar seu irmão de “Raca” estará sujeito ao julgamento do Sinédrio, e aquele que o chamar de “Louco” estará sujeito ao fogo do inferno (leia Mateus 5:22). Lembrando que essa instrução está diretamente ligada ao mandamento “Não matarás” (Mateus 5:21), pois o insulto pode figurativamente matar um indivíduo.
Portanto, tomemos cuidado com as falsas acusações e sejamos vigilantes em todo nosso proceder. Não falemos mal uns dos outros (leia Tiago 4:11); nem difamemos ninguém (leia Tito 3:2), pois os lábios mentirosos são abomináveis a Deus (leia Provérbios 12:22) e o difamador separa os maiores amigos (leia Provérbios 16:28).