Leia Mateus 6:20,21
“Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.”
Após abordar as práticas espirituais realizadas no secreto (leia Mateus 6:3-4, 6-8, 17-18), Jesus começa a ensinar sobre o testemunho público de Seus discípulos. Em outras palavras, aqueles que vivem secretamente na presença de Deus devem, consequentemente, refletir seu testemunho de maneira pública. Nossas ações, não apenas em relação à justiça, à oração e ao jejum, mas também em nossa vida cotidiana, devem glorificar a Deus, sempre! (leia 1 Coríntios 10:31)
Para começar, Jesus fornece duas orientações: uma negativa e outra positiva. Vejamos primeiramente a orientação negativa:
“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.” (Mateus 6:19)
Jesus adverte sobre a traça e a ferrugem porque, naquela época, uma das formas usadas para guardar dinheiro era enterrando-o. E, dessa forma, a umidade da terra poderia fazer com que a ferrugem corroesse aquela riqueza. Além disso, as pessoas também ostentavam suas roupas, joias e utensílios domésticos, que poderiam ser consumidos pela traça e pela ferrugem.
O Mestre não está dizendo que é errado trabalhar e possuir bens, mas sim que o problema surge quando os bens passam a nos possuir. O problema não está no dinheiro em si, mas no “amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males” (leia 1 Timóteo 6:10). O pecado está no fato de acreditarmos que a riqueza material pode gerar vida, saúde e segurança em lugar de Cristo.
Ao invés de acumular tesouros na terra, Jesus nos orienta positivamente:
“Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.” (Mateus 6:20)
“Ajuntar tesouros no céu” não significa fazer obras para ser salvo. Neste contexto, a palavra “tesouro”significa “a recompensa eterna prometida aos salvos”. Ou seja, a única maneira de “ajuntar tesouros no céu” é, literalmente, crer em Jesus Cristo como nosso único Senhor, que orienta nossa vida na administração dos bens que Ele nos confia como Seus mordomos.
Além disso, a palavra “céu” representa a “morada de Deus”. Portanto, não podemos acumular tesouros nesta vida esperando que eles nos forneçam segurança. Estamos seguros no entendimento de que Deus nos preserva para um futuro melhor com Ele. Assim, glorificamos a Deus como Seus mordomos, mantendo a expectativa de que um dia estaremos para sempre com o nosso Senhor. Esta segurança nEle nos impede de apegarmos de forma avarenta aos bens materiais que nos são confiados, pois o nosso Senhor é Cristo, e não as riquezas deste mundo!
Portanto, servir ao Deus verdadeiro requer que identifiquemos e nos libertemos de nossos próprios ídolos. A avareza é tratada como idolatria na Bíblia (leia Efésios 5:5) e é importante reconhecer que, como cristãos, não estamos livres dos ídolos. Em nosso processo de santificação, o Espírito Santo nos leva a identificar e remover tais ídolos.
Cuidado com a avareza! Pois ela pode levar a outros ídolos, como carros, casas e outros bens materiais. Nosso tesouro determina onde está nosso coração, seja na terra ou no céu, dependendo de onde depositamos nosso tesouro: em Deus ou nas riquezas. Que, como discípulos de Cristo, prossigamos em total confiança nEle. Que “os nossos costumes sejam sem avareza, contentando-nos com o que temos; porque Ele disse: ‘Não te deixarei, nem te desampararei’.” (Hebreus 13:5)