Leia Atos 22:6-8
“Ora, aconteceu que, indo eu já de caminho, e chegando perto de Damasco, quase ao meio-dia, de repente me rodeou uma grande luz do céu. E caí por terra, e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ E eu respondi: ‘Quem és, Senhor?’ E disse-me: ‘Eu sou Jesus Nazareno, a quem tu persegues’.”
No desfecho do capítulo 21, Paulo se encontrava aprisionado, tal como predito por Ágabo, que anunciou o severo tratamento que os judeus lhe reservariam em Jerusalém (leia Atos 21:10,11). No entanto, mesmo diante dessa adversidade, ele foi agraciado com a liberdade de falar, concedida pelo comandante, a fim de que pudesse se defender. Dessa maneira, Paulo decidiu aproveitar essa ocasião para glorificar a Cristo.
De forma respeitosa, Paulo inicia seu discurso dirigindo-se aos “homens, irmãos e pais” (Atos 22:1), identificando-se como “judeu”, mais especificamente da tribo de Benjamim (leia Filipenses 3:5). Ele menciona seu local de nascimento em “Tarso da Cilícia” e destaca a educação culta que recebeu, sendo “criado aos pés de Gamaliel”, um renomado doutor da lei judaica. Além disso, Paulo ressalta que, como eles, havia sido zeloso pela lei de Moisés. E, assim, expressa a esperança de que aqueles que o ouviam pudessem também se tornar zelosos por Deus, em Cristo, assim como ele era naquele momento.
Paulo também compartilha sobre sua conversão pessoal, descrevendo vividamente o fervor e a fúria com que perseguia a fé cristã no passado (leia Atos 22:3-5). É importante destacar que Paulo não tinha nenhuma inclinação ou simpatia pelo cristianismo, tendo demonstrado um intenso repúdio antes da conversão a Cristo. Ele, outrora, esteve repleto de ira contra os discípulos do Senhor, ameaçando, e, até mesmo, votando pela morte deles em várias ocasiões (leia Atos 9:1; 26:10,11).
Paulo não apenas perseguia aqueles que seguiam o Caminho, mas atacava diretamente o próprio Caminho, o cristianismo, que era considerado desviante, uma seita; até que a graça irresistível o alcançou. A fé de Paulo em Cristo não surgiu por mero acaso ou influências externas (leia Atos 22:6-16). Ele detalha a história de sua conversão para enfatizar que ela foi, inteiramente, uma obra de Deus! E, “quem era Paulo para resistir a Deus?”, como diria o apóstolo Pedro (Atos 11:17).
Após refletir cuidadosamente sobre o testemunho de Paulo, permita-se ponderar sobre sua própria conversão:
Quanto tempo faz? Onde você morava? Como o Evangelho foi apresentado a você e, por quem? Quais foram as mudanças que você notou em si mesmo? Qual foi a reação dos seus familiares? Mas sobretudo, responda com sinceridade: você crê de todo o coração que a sua conversão foi, puramente, uma obra de Deus?