Leia Mateus 5:5,6
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados.”
Mais uma vez, Jesus evidencia que a verdadeira felicidade reside em contrapor-se aos valores do mundo, ao afirmar que “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mateus 5:5). Não são os poderosos, nem os arrogantes que receberão a herança terrena, mas sim os mansos. Importa lembrar que as bem-aventuranças não são características inatas ou externas, mas sim manifestações da graça no coração dos regenerados, frutos gerados pelo Espírito Santo. Somente aqueles que reconhecem sua completa insuficiência perante Deus e lamentam por seus pecados podem ser genuinamente mansos perante Deus e os homens.
Ser manso não é equivalente à timidez, covardia, medo, aparente tranquilidade ou fraqueza, mas domínio próprio. Significa sujeitar-se à vontade divina, alegrar-se nos dias favoráveis e abster-se de murmurações nos dias desafiadores; é encontrar contentamento em toda e qualquer circunstância (leia Filipenses 4:11). A mansidão envolve abrir mão do ego em prol da autoridade divina, renunciar a direitos e privilégios – a exemplo de Jesus (leia Filipenses 2:5-7). Ser manso é ter autogoverno para não falar mal, não fazer mal e não desejar o mal.
Mansidão é suportar injúrias e responder ao mal com bondade; é não ser facilmente provocado, pois reconhece que é filho de Deus e coerdeiro com Cristo (leia Romanos 8:17). Dessa forma, compreende que desfrutará da terra restaurada, residirá no novo céu e na nova terra (leia Apocalipse 21:2,3), uma habitação celestial eterna, não construída por mãos humanas (leia 2 Coríntios 5:1-8).
A próxima bem-aventurança trata do “apetite” por justiça: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados” (Mateus 5:6). Somente os que anseiam por justiça encontrarão contentamento e bem-aventurança. Assim, se não arde dentro de você um desejo pela justiça de Deus, é momento de questionar se, realmente, faz parte do Reino. O anseio espiritual é uma das características distintas do povo de Deus. Os cristãos, como seguidores de Cristo, devem ter fome da justiça divina que justifica os eleitos através do sacrifício perfeito de Jesus, o Cristo: que tomou a dívida que tínhamos, quitou-a, rasgou-a e encravou-a na cruz (leia Colossenses 2:14). Fomos justificados!
Consequentemente, recebemos nova natureza, novo coração e nova vida, embora a natureza antiga permaneça. Aquele que tem “fome e sede de justiça”, apesar da velha natureza, ama a santidade e se regozija em Deus; deseja ter mente e coração puros, denuncia o pecado, promove o bem, abraça a verdade e abomina a mentira. A estes, Jesus diz que não serão desiludidos, mas saciados.
Portanto, se o seu “apetite” pelas coisas do céu acabou, não desanime! Volte-se aos meios de graça – oração, louvor, adoração, meditação e estudo da Palavra de Deus, comunhão com os irmãos; pois àqueles que têm “fome e sede de justiça”, Deus promete saciar-lhes! No entanto, ninguém será satisfeito se não estiver, em primeiro lugar, faminto e sedento!