Leia Atos 28:30,31
“E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo; pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.”
O livro conhecido como Atos dos Apóstolos, também referido como Atos do Espírito Santo, começa com as últimas palavras de Jesus aos discípulos: “…e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.” (Atos 1:8)
No último capítulo do livro, fica evidente que o Evangelho estava realmente alcançando os confins da Terra por meio do cumprimento do propósito de Deus na vida de Paulo. O apóstolo chega a Roma e, com ele, a pregação do Reino de Deus. O naufrágio descrito no capítulo 27 de Atos leva Paulo e seus companheiros de viagem à pequena ilha de Malta. De fato, aquele lugar se torna um refúgio para Paulo e os demais viajantes, pois chegaram no inverno e ali permaneceram por três meses (leia Atos 28:1,2,11).
Em Malta, Paulo é picado por uma cobra, o que leva algumas pessoas da ilha a pensarem que ele seja um assassino. No entanto, ao verem que ele não morreu, mudam de opinião e começam a acreditar que ele é um “deus” (leia Atos 28:3-6). O interessante desse evento é que certamente serviu como uma oportunidade para a pregação do Evangelho ali.
Após sua chegada a Roma, Paulo convocou os líderes judeus para se defender e também para pregar a eles. Ele explicou que estava preso por anunciar a “esperança de Israel” (leia Atos 28:17-20). Paulo estava detido por proclamar que o Messias já havia chegado, aquele que era a esperança de Israel, aquele que Israel aguardava ansiosamente. Do amanhecer ao anoitecer, Paulo se esforçou para persuadir os líderes judeus a crerem em Jesus, utilizando tanto a lei de Moisés quanto os profetas.
Alguns acreditaram no que ele dizia, enquanto outros não (leia Atos 28:23,24). Se refletirmos sobre isso, podemos perceber que esse tem sido o resultado do Evangelho: para alguns, é um aroma de vida para a vida, enquanto para outros é um aroma de morte para a morte. Alguns são transformados pela Palavra, mas outros permanecem obstinados; alguns recebem a luz, mas outros continuam nas trevas.
Paulo despediu os líderes judeus com um aviso solene, citando o que o Espírito Santo já havia falado aos seus antepassados sobre a surdez, cegueira e falta de compreensão deles (leia Atos 28:25-27). Ele concluiu afirmando que “esta salvação de Deus foi enviada aos gentios, e eles a ouvirão” (Atos 28:28). Em outras palavras, Jesus – a Palavra, o Verbo, o Logos – “veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. No entanto, a todos que o receberam, aos que creem em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” (João 1:11,12).
Assim, o relato de Lucas encerra com as seguintes palavras:
“E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo; pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.”
(Atos 28:30,31)
Talvez Paulo tenha apelado para César na esperança de ser libertado rapidamente de sua prisão. Talvez seja angustiante para nós pensar que um homem como o apóstolo Paulo tenha passado tanto tempo em confinamento. Poderíamos dizer: “Quantas igrejas ele poderia ter estabelecido, quantas cidades e nações poderiam ter conhecido a respeito de Cristo se o apóstolo estivesse livre!”. No entanto, quando voltamos nosso olhar para o Senhor e nos lembramos de Sua sabedoria infinita, nos alegramos com a declaração que Ele mesmo inspirou Paulo a escrever;
“E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do Evangelho; de maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares; e muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor.”
(Filipenses 1:12-14)