Leia Atos 17:22,23
“Então Paulo levantou-se na reunião do Areópago e disse: ‘Atenienses! Vejo que em todos os aspectos vocês são muito religiosos, pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anuncio.”
Paulo, após debater com filósofos, ser chamado de tagarela e pregador de deuses estranhos (Atos 17:18), foi levado a uma reunião no Areópago – um lugar famoso na antiga Grécia, onde se reunia o conselho ou tribunal de justiça mais importante da cidade. Ali, Paulo utilizou o altar grego dedicado “AO DEUS DESCONHECIDO” para pregar o Evangelho aos cidadãos de Atenas.
Paulo observou cuidadosamente os objetos de culto pela cidade e encontrou esse altar específico, destacando-o ao dizer: “Atenienses! Vejo que em todos os aspectos vocês são muito religiosos, pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO”. Os habitantes da cidade desejavam agradar a todas as divindades, erguendo altares a um deus (ou deuses) desconhecido(s) para evitar desagradar a qualquer um.
O apóstolo reconheceu, com sabedoria, que no coração de Atenas residia um profundo e insatisfeito anseio por um conhecimento mais íntimo e claro sobre um poder invisível que eles adoravam de maneira imperfeita e velada. Paulo assegurou-lhes que, de fato, existia um Deus ao qual eles adoravam, apesar de não conhecerem, e esse Deus seria revelado a eles: “Ora, o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anuncio.”
Para os judeus, Paulo pregava a partir das revelações do Antigo Testamento, mas para os gentios, ele pregava a partir da criação. O Deus desconhecido pelos gregos, agora anunciado por Paulo, é o criador de todas as coisas. Deus não apenas criou tudo, mas também sustenta com Sua mão poderosa e benevolente (leia Atos 17:24-26). Além de criar todas as coisas com Seu poder e sustentá-las com Sua soberania e graça, Deus também se relaciona pessoalmente com a humanidade (leia Atos 17:27).
Por meio da graça comum, na qual os povos da terra expressam seus anseios por um Deus criador e relacional, Paulo utiliza um poema grego e o incorpora à perspectiva do Evangelho, ao afirmar: “porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração” (Atos 17:28). No entanto, o Deus verdadeiro não está limitado a qualquer objeto da criação, como “ouro, prata, ou pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens” (Atos 17:29). Ele se revela em todos os lugares e culturas, sendo um Deus de justiça (leia Atos 17:30,31), combinando perfeitamente verdade, amor, justiça e paz. A justiça de Deus não é definida apenas pela lei, mas por uma pessoa: Jesus, o Verbo encarnado!
Portanto, ao meditarmos cuidadosamente na pregação de Paulo aos atenienses, devemos ser lembrados de que, quanto mais conhecemos a Deus, mais O adoramos; e, essa adoração ao Deus verdadeiro nos liberta do ego, nos livra dos ídolos em nossos corações e nos transforma cada vez mais à imagem de Seu Filho, Jesus, o Cristo.