Leia Atos 17:18
“E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este tagarela? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.”
Em Atenas – conhecida como a capital intelectual do mundo e lar de grandes filósofos como Péricles, Sócrates, Platão e Aristóteles – parecia mais fácil encontrar um deus do que um homem; cada portal ou pórtico estava adornado com uma divindade “protetora”. Paulo, mesmo tendo chegado à cidade de forma forçada, e conhecendo bem o perfil histórico de Atenas, decidiu abraçar sua maior tarefa: “anunciar a Jesus e a ressurreição”, mesmo que isso o fizesse ser chamado de “tagarela”.
Enquanto o Evangelho não ocupar o centro de nossas vidas, corremos o risco de erguer altares idólatras em nossos corações. É importante lembrar que o próprio “eu” pode se tornar um ídolo. E, para descobrir se algo ou alguém se tornou um ídolo em sua vida, faça a si mesmo as seguintes perguntas:
Por que você deseja tanto isso ou aquilo? Qual será sua reação se não conseguir o que deseja? E, se você alcançar o que deseja e lhe for tirado? Como você se sente quando lhe negam uma posição desejada? Como você reage ao ser substituído por outra pessoa?
Quando um desejo não realizado nos leva a cometer pecados como inveja, discórdia, amargura, raiva, etc. revelamos que colocamos nossa confiança na realização daquele desejo para satisfazer nossas necessidades, ao invés de confiar em Deus e, o resultado é que, nesta ou naquela área da nossa vida erguemos um ídolo feito por nós mesmos. O que fazer?
Em primeiro lugar, é fundamental voltarmos para as Escrituras, que nos ensinam que a idolatria, assim como qualquer outro pecado, tem origem em nosso próprio coração (leia Ezequiel 14:1-7; Tiago 1:14). Não é por acaso que o primeiro mandamento dado ao povo de Deus foi: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3). No Novo Testamento, o termo idolatria se refere comumente a paixões, lascívia, desejos carnais descontrolados, cobiça, avareza, entre outros.
Em segundo lugar, como cristãos genuínos, devemos confiar na convicção do Espírito Santo, que sonda os nossos corações (leia Romanos 8:26-27) e que, à medida que revela o nosso mau caminho, nos mostra que precisamos desesperadamente do Seu trabalho persuasivo e iluminador.
Em terceiro lugar, devemos estar receptivos ao confronto e admoestação amorosa de outros irmãos na fé (leia Colossenses 3:16; Hebreus 10:25). É importante reconhecer que, embora possamos estar cegos para o nosso próprio pecado, outras pessoas podem enxergá-lo claramente. Portanto, devemos buscar conscientemente a correção mútua.
E, à medida que nos arrependemos, crescemos em santidade e humildade; mas, sobretudo, direcionamos toda a nossa adoração e obediência ao único e verdadeiro Deus. “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos!” (1 João 5:21).