Leitura Bíblica: Marcos 9:1-13
Versículos-chave: “Então uma nuvem os cobriu, e uma voz que vinha da nuvem disse: ‘Este é meu Filho amado. Ouçam-no!’. De repente, quando olharam em volta, só Jesus estava com eles.” (Marcos 9:7-8 NVT)
O nono capítulo do Evangelho conforme Marcos começa com Jesus afirmando aos ouvintes que alguns entre eles não provariam a morte antes de presenciarem uma poderosa manifestação do Reino de Deus.
Passados seis dias, Jesus subiu a um monte alto acompanhado por Pedro, Tiago e João. Estes discípulos tiveram o privilégio de testemunhar a revelação gloriosa de Cristo. Jesus foi transfigurado diante deles, e “Suas roupas ficaram brancas e resplandecentes, muito mais claras do que qualquer lavandeiro seria capaz de deixá-las” (Marcos 9:3 NVT). A natureza divina de Cristo tornou-se indiscutivelmente evidente.
Logo após, surgiram Elias e Moisés, que conversavam com Jesus. O profeta Elias é mencionado em Malaquias 4:5-6, fazendo referência profética à vinda do Salvador. Por isso, o povo indagou a João Batista se ele era Elias (João 1:21). Elias destacou-se como o primeiro dos grandes profetas; Moisés, por sua vez, foi quem recebeu a Lei e conduziu o povo no deserto. A presença de ambos confirmou a veracidade de que Jesus era o Messias, conforme Pedro havia confessado anteriormente (Marcos 8:29).
Diante dessa cena extraordinária, Pedro ficou tão atônito que não sabia o que dizer. Ele expressou como era maravilhoso estar ali e propôs a construção de três tendas: uma para Jesus, outra para Moisés e outra para Elias. Contudo, sua proposta foi corrigida pela aparição de uma nuvem e pela voz que dela veio:
“Então uma nuvem os cobriu, e uma voz que vinha da nuvem disse: ‘Este é meu Filho amado. Ouçam-no!’. De repente, quando olharam em volta, só Jesus estava com eles.” (Marcos 9:7-8 NVT)
A mesma voz que se fez ouvir por ocasião do batismo de Jesus voltou a ecoar nesse momento de Sua transfiguração. Em ambas as situações, a declaração foi idêntica: “Este é meu Filho amado”. No entanto, desta vez, houve um acréscimo importante: “Ouçam-no!”. Ao afirmar isso, Deus Pai evidenciou que o foco dos discípulos deveria estar exclusivamente em Cristo, indicando que Ele é superior tanto a Moisés, quanto a Elias.
Quando desceram do monte, Jesus instruiu os três discípulos a não revelarem a ninguém o que haviam presenciado, até que Ele “tivesse ressuscitado dos mortos”. Os discípulos mantiveram o sigilo, mas não compreenderam plenamente o que Jesus queria dizer com “ressuscitar dos mortos” (Marcos 9:9,10 NVT). Além disso, continuavam confusos sobre a afirmação dos mestres da lei de que Elias deveria vir antes da chegada do Messias.
Jesus então esclareceu que, de fato, “Elias já veio e eles preferiram maltratá-lo, conforme as Escrituras haviam previsto” (Marcos 9:13 NVT). Ele estava falando a respeito de João Batista, não como uma reencarnação de Elias, mas como aquele que atuava com o mesmo espírito e poder do profeta (Lucas 1:17), preparando o caminho para o Salvador. Em relato paralelo, Mateus confirma que Jesus Se referia a João Batista (Mateus 17:13). Em outra ocasião, o próprio Jesus já havia dito: “Ele [João] é Elias, aquele que os profetas disseram que viria” (Mateus 11:14 NVT).
Assim como Elias foi um mensageiro de Deus no Antigo Testamento, João Batista desempenhou esse mesmo papel no Novo Testamento. Ele veio convocar Israel ao arrependimento e preparar a chegada do Messias. Contudo, os líderes religiosos “preferiram maltratá-lo” – aqui Jesus alude à prisão e à execução de João. Dessa forma, a morte de João Batista antecipou o que aconteceria com o Filho do Homem: assim como rejeitaram o precursor, igualmente rejeitariam o próprio Messias!