Leia Marcos 4:16,17
“Outras, como a semente lançada em solo pedregoso, ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria. Todavia, visto que não têm raiz em si mesmas, permanecem por pouco tempo. Quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da Palavra, logo a abandonam.”
Como compreender a iluminação daqueles que caíram (mencionados em Hebreus 6:4-6)? Será possível que alguém não salvo, não regenerado, participe de alguma forma da graça de Deus? Poderia o homem natural ser iluminado de alguma maneira? Será que aqueles que não foram justificados podem, de alguma forma, experimentar a graça de Deus? Tente responder estas perguntas refletindo nos versículos de hoje:
“Outras, como a semente lançada em solo pedregoso, ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria. Todavia, visto que não têm raiz em si mesmas, permanecem por pouco tempo. Quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da Palavra, logo a abandonam.”
A semente lançada em solo pedregoso até cresceu, mas permaneceu por pouco tempo. O motivo? “Não têm raiz em si mesmas” e, portanto, “não permanecem”. Sem raiz profunda, não há regeneração, fé, santificação ou obediência (leia Efésios 1:4,5,13,14). Há um envolvimento com a Palavra, uma adesão temporária (ainda que breve), uma caminhada e uma experiência parcial dessa graça, mesmo sem ter uma base sólida. Eles provaram a Palavra, maravilharam-se e até seguiram seus preceitos, mas não durou muito porque não tinham raiz e, portanto, abandonaram. Eles entendem alguns princípios da vontade de Deus e, momentaneamente, afastam-se do paganismo, do judaísmo ou do caminho baseado nas obras da Lei.
Os verdadeiramente regenerados têm a luz da vida (leia João 8:12), enquanto os perdidos têm apenas pequenas faíscas da graça. Os “iluminados” de Hebreus 6 experimentaram o dom celestial, mas não discerniram o verdadeiro significado do corpo e sangue de Cristo (leia João 6:53). Eles apenas provaram as manifestações do Espírito, mas não experimentaram a plena habitação do Espírito.
Eles provaram e entenderam que haverá um grande julgamento sobre o mundo, mas contentaram-se em “servir de lei para si mesmos” (leia Romanos 2:14,15). Provavelmente, eles demonstraram esforço para conhecer melhor a Jesus, louvaram-no, fizeram-lhe orações e buscaram socorro nEle. No entanto, “quando surgiu a perseguição por causa da Palavra, logo a abandonaram“, voltando ao caminho baseado em obras, tornando explícita a impossibilidade de alcançar a graça salvadora de Deus através de suas próprias ações humanas. Em outras palavras, “é impossível para esses iluminados que caíram voltarem ao caminho da graça através de suas próprias obras”. Para o autor da carta aos hebreus, esses irmãos participaram visivelmente das bênçãos que cercam os eleitos de Deus, assim como muitos que estão presentes hoje em nossa igreja local; mas, em algum momento, abandonaram.
Portanto, a ideia de “recair” não significa “perder a salvação eterna”, mas sim, abandonar a comunidade dos santos, o caminho da fé e da graça salvadora por causa da perseguição e voltar ao judaísmo. Se eles dependerem de suas próprias obras e caminhos, jamais alcançarão a graça salvadora.
Assim, tanto a exortação do autor aos hebreus sobre os “iluminados que caíram” quanto a semente lançada em solo pedregoso serve de admoestação a todos os crentes, a fim de que não confundamos seus sinais com regeneração. Nem tudo que é chamado de Evangelho é realmente o Evangelho. A Palavra de Deus nos ensina a buscar a perseverança na vontade de Deus e a suficiência de Cristo como evidências de nossa regeneração (leia Mateus 24:13; João 3:15,36; 5:24,25; 8:31; 10:26-29).
O Evangelho é verdadeiro quando Jesus, o Cristo, é suficiente para nossa salvação, e quando não sentimos a necessidade de acrescentar nada, absolutamente nada, ao Seu sacrifício perfeito.
Solus Christus!