Leitura Bíblica: Tiago 1:26-27
Versículo-chave: “A religião pura e verdadeira aos olhos de Deus, o Pai, é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.” (Tiago 1:27 NVT)
Nos dias atuais, percebemos uma expressiva discrepância entre o que é declarado e o que é praticado, entre aquilo que as pessoas dizem crer e o modo como se comportam cotidianamente. Tiago ensina que indivíduos que agem dessa forma estão iludidos quanto à sua própria condição espiritual e ainda se autoenganam quando apenas ouvem a Palavra, mas não a colocam em prática.
Por outro lado, aqueles que se aproximam das Escrituras e as observam atentamente, continuam recebendo clareza e discernimento acerca de sua verdadeira condição interior. E, em vez de permanecerem parados, enganando a si mesmos, decidem obedecer e aplicar aquilo que têm aprendido na Palavra.
Prosseguindo, Tiago declara que, se uma pessoa afirma ser religiosa, ela precisará aprender a controlar a sua fala:
“Se algum de vocês afirma ser religioso, mas não controla a língua, engana a si mesmo e sua religião não tem valor.” (Tiago 1:26 NVT)
Aqui fica evidente que a verdadeira espiritualidade se manifesta, em grande parte, naquilo que dizemos ou optamos por não dizer. Pois nossas palavras revelam o conteúdo do coração: “a boca fala do que o coração está cheio” (Mateus 12:34 NVT). Assim, se o coração for insensato e irreverente, isso inevitavelmente se tornará visível em nossos discursos.
Por essa razão, um dos principais usos de nossa capacidade de comunicar deve ser a proclamação do Evangelho, sustentando com firmeza e perseverança a Palavra da verdade diante de uma sociedade caída. Se não for assim, estaremos apenas enganando a nós mesmos, e nossa religião não terá valor algum!
Logo, uma pessoa verdadeiramente religiosa – que vive segundo a fé e a prática ensinadas pela Bíblia – não é apenas aquela que domina conteúdos teológicos, que ora constantemente, que estuda sem cessar, que demonstra extravagância durante o momento de louvor ou que tem ousadia para anunciar o Evangelho. Tudo isso pode ser sinais de espiritualidade, mas a questão é: o que ela faz quando encontra um órfão ou uma viúva em necessidade? Se sua fé for legítima, ela produzirá boas obras e manifestará compaixão:
“A religião pura e verdadeira aos olhos de Deus, o Pai, é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.” (Tiago 1:27 NVT)
Entretanto, se lêssemos somente a primeira parte deste versículo, ignorando o restante da Escritura, acabaríamos reduzindo o Evangelho a um mero programa social, desprovido do poder espiritual que salva. Toda obra social realizada pela igreja precisa estar fundamentada na fé em Jesus Cristo! Reduzir o Evangelho a ações sociais é distorcer sua mensagem e anular seu poder. As boas obras não criam uma “religião pura e verdadeira”, mas sim a “religião pura e verdadeira” é que gera as boas obras – essa diferença precisa estar bem estabelecida.
Além disso, a “religião pura e verdadeira” não apenas cuida dos “órfãos e das viúvas em suas dificuldades”, mas também não se deixa “corromper pelo mundo”. Alguns cristãos parecem tão focados em alcançar determinados grupos que acabam se moldando excessivamente a eles, de modo que, no fim, quase não há distinção entre o cristão e o mundano. E se não existe diferença, por que haveria necessidade de conversão? Quando um discípulo de Cristo se conforma ao padrão do mundo, transmite a mensagem de que a pureza e a santidade – valores preciosos para Deus – não têm importância.
Assim, Tiago ensina que não devemos permitir que demandas sociais determinem a direção de nossa fé e prática, nem que a mensagem do Evangelho seja transformada em mera ação humanitária. Pelo contrário, a prática da caridade deve ser guiada por fundamentos espirituais e princípios bíblicos. Portanto, ouça, examine, medite e viva as Escrituras! Domine sua língua, socorra os necessitados, guarde-se da corrupção do mundo e não permita que seu coração o engane!