Leia Filipenses 1:15
“Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e rivalidade, mas outros de boa vontade.”
Devido à prisão de Paulo, outros seguidores cristãos são instigados a proclamar o Evangelho com maior coragem e empenho (Filipenses 1:14). Contudo, o apóstolo ressalta que há pessoas que “pregam a Cristo por inveja e rivalidade”, o que pode parecer um absurdo. No entanto, é sim possível que um ministro do Evangelho, ao invés de priorizar a mensagem, se desvie para se tornar um pregador “maior” ou mais destacado que os outros.
É pertinente recordarmos a discussão entre os Doze discípulos de Jesus sobre quem seria o maior, e a resposta de Cristo a eles:
“E houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior. E Ele lhes disse: ‘Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores’. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve.” (Lucas 22:24-26)
O verdadeiro ministério não se trata de alcançar proeminência, mas de prestar serviços humildes em prol do Evangelho. Paulo nunca afirmou que aqueles que pregavam por inveja e rivalidade estavam promovendo uma mensagem falsa ou uma doutrina equivocada. Ao que parece, eles cobiçavam a atenção dada a Paulo e buscavam semear dissensão, “julgando assim acrescentar aflição às prisões de Paulo”. Essa atitude visava entristecer o apóstolo e torná-lo impaciente na prisão. Muitos hoje em dia também pregam movidos por inveja e rivalidade, porém, o problema contemporâneo é que, além da motivação equivocada, eles propagam um Evangelho falso.
Paulo destaca ainda que:
“Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho.” (Filipenses 1:16,17)
O termo “contenção” denota que alguns pregavam o Evangelho não para honrar a Deus, mas para buscar aplausos e seguidores para si mesmos. E a expressão “não puramente” indica a natureza questionável das ações desses supostos cristãos. No entanto, Paulo ressalta que, apesar das rivalidades, havia outros que eram encorajados a pregar o Evangelho “por amor”, garantindo que a obra continuasse mesmo enquanto ele estava detido.
O que Paulo ensinou aos filipenses, e a nós, é que há uma pedagogia na dor: ela nos ajuda na compreensão de que, apesar das aflições, há sempre um propósito maior em tudo que vivenciamos. Assim, se o Evangelho estivesse sendo pregado por inveja ou rivalidade, para lhe causar aflições ou não, de boa vontade ou por amor, Paulo não se inquietava. Pelo contrário, com ousadia ele declarava:
“Que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda. Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo.” (Filipenses 1:18,19)
Confie, ousadamente, no Senhor🙏