Leia Filipenses 1:8
“Deus é minha testemunha de como tenho saudade de todos vocês, com a profunda afeição de Cristo Jesus.”
Viver a prática de uma vida crucificada nos conduz, inevitavelmente, pelos caminhos da dor e do sofrimento. Essas vivências frequentemente nos lançam em inquietações que, por vezes, nos deixam emocionalmente fragilizados. Contudo, é importante compreender que o sofrimento possui um caráter pedagógico. Mesmo sendo experiências dolorosas, os momentos adversos contribuem para o nosso amadurecimento.
Até mesmo Cristo, em sua humanidade, não foi poupado dessas experiências. Em um momento de profunda tristeza, Ele expressou: “A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai” (Marcos 14:34). Paulo, também, nos serve como exemplo. Na carta aos Filipenses, mesmo estando aprisionado, ele nutria o desejo de encorajar os destinatários à alegria e unidade, apesar da saudade que sentia da igreja em Filipos:
“Deus é minha testemunha de como tenho saudade de todos vocês, com a profunda afeição de Cristo Jesus.”
A epístola aos Filipenses é, essencialmente, uma carta de um amigo para amigos. Para compreendê-la plenamente, é necessário relembrar o início da relação entre Paulo e os cristãos filipenses. Durante sua segunda viagem missionária, Paulo chegou a Filipos com Silas, Timóteo e Lucas.
Inicialmente, seu plano era ir para Bitínia, mas o Espírito de Deus o direcionou para a Macedônia (leia Atos 16:7, 9-10). Em Filipos, Paulo evangelizou, pela graça de Deus, Lídia e sua família; expulsou um espírito maligno de uma adivinhadora, sendo posteriormente acusado, açoitado e preso ao lado de Silas; na prisão, evangelizou o carcereiro e sua família (leia Atos 16:14,15, 25-34).
Mesmo diante da oposição, Paulo trabalhou sob a providência divina para estabelecer a igreja em Filipos. Quando escreveu a carta aos filipenses, aproximadamente dez anos depois, a pequena igreja havia se transformado em uma congregação frutífera.
Assim, o propósito principal de Paulo ao enviar a carta não era corrigir pecados, como nas cartas aos Coríntios, ou heresias, como em Gálatas. Sua intenção era expressar gratidão pela doação financeira dos filipenses e, acima de tudo, encorajá-los na fé, recordando ensinamentos valiosos extraídos da pedagogia da dor.
Paulo compartilhou sua alegria de ser lembrado pelos filipenses, ressaltando que aprendeu a contentar-se em todas as circunstâncias, revelando a amplitude de suas experiências:
“Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Filipenses 4:12-13).
Diante disso, reflita: o que a dor tem ensinado a você?
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