Tiago continua a destacar a importância da fé acompanhada da prática, enfatizando que todo cristão deve demonstrar sua justificação, pela fé, diante de Deus por meio de boas obras, seguindo o exemplo de Abraão. O episódio com Isaque, conforme narrado em Gênesis 22:9-12 (leia), ocorreu após Deus ter declarado Abraão justo em Gênesis 15:6 (leia). O que Tiago está ensinando é que as ações de Abraão confirmaram que a declaração de Deus era verdadeira e se cumpriu.
Quando Paulo menciona “fé”, ele se refere a uma confiança genuína e profunda em Deus. No entanto, Tiago usa o termo para descrever algo que deve ser demonstrado na vida de alguém. Ele está direcionando sua mensagem especialmente àqueles que aparentam ter fé no Evangelho, mas na realidade não possuem uma fé verdadeira. Portanto, o apóstolo exorta à validação de uma fé autêntica por meio de boas obras.
E, para enfatizar seu ensino, Tiago também menciona o exemplo de Raabe:
“E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho?” (Tiago 2:25)
Assim como Abraão, Raabe creu e agiu baseada na Palavra de Deus. Ela ouviu, creu, reconheceu o juízo iminente sobre sua cidade e arriscou sua vida para proteger os espias (leia Josué 2:11; Hebreus 11:31). Ou seja, as boas obras de Raabe, realizadas como uma pessoa já salva e não para conquistar a salvação, confirmaram sua justificação genuína.
O ensinamento de Tiago está alinhado com a mensagem de Paulo, que afirma sermos destinados tanto para a salvação, quanto para as boas obras:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:8-10).
Em outras palavras, nossa salvação e justificação vêm pela fé em Jesus, independentemente de nossas obras. No entanto, essa fé viva se manifesta por meio de ações obedientes, que Deus já planejou antecipadamente para nós. Portanto, uma fé viva é confirmada pelas obras. Pois…
“Assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.”