Leitura Bíblica: Efésios 4:7-11
Versículo-chave: “Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres.” (Efésios 4:11 NVT)
Após enfatizar sobre a unidade da fé, Paulo ensina sobre os dons, cujo propósito é o crescimento e a maturidade do corpo de Cristo. Esses dons não são habilidades naturais, mas uma dádiva concedida “a cada um de nós por meio da generosidade de Cristo” (Efésios 4:7 NVT).
Para fundamentar essa afirmação, Paulo cita o Salmo 68:18, aplicando-o à vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Assim como um rei distribuía os despojos aos seus soldados, Cristo, ao descer à terra (encarnação e morte) e subir aos céus (ressurreição e ascensão), distribui os “despojos da vitória”, ou seja, os dons espirituais à Igreja:
“Por isso as Escrituras dizem: ‘Quando Ele subiu às alturas, levou muitos prisioneiros e concedeu dádivas ao povo’. Notem que diz que ‘Ele subiu’. Por certo, isso significa que Cristo também desceu ao mundo inferior.” (Efésios 4:8-9 NVT).
Ele ensina que, embora haja unidade na fé, há diversidade na forma como essa graça se manifesta entre os membros. A unidade cristã não exige uniformidade. Pelo contrário, a variedade de dons é vital para a saúde e funcionalidade do corpo. Cada cristão é chamado a exercer seu dom para o serviço a Deus, à Igreja e ao mundo.
O apóstolo Paulo apresenta a diversidade dos dons ministeriais concedidos por Cristo à Sua igreja:
“Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres.” (Efésios 4:11 NVT)
Dentre esses dons, dois têm caráter estrutural e exclusivo da era apostólica: “apóstolos” e “profetas”. Segundo Efésios 2:20, esses dois grupos formaram o alicerce da igreja, tendo recebido revelações diretas de Deus (Efésios 3:4-5). Os “apóstolos” foram testemunhas oculares da ressurreição de Cristo (Atos 1:21-22), e instrumentos usados por Deus para registrar as Escrituras.
Já os “profetas”, na era apostólica, foram portadores de mensagens diretas da parte de Deus. O dom de profecia persiste hoje não como revelação inédita (nova), mas como a habilidade de interpretar e proclamar fielmente a Palavra já revelada, fortalecendo a igreja (1Coríntios 14:3-4).
Atualmente, permanecem os “evangelistas” e os “pastores e mestres” como dons ativos e indispensáveis na edificação da igreja. Os “evangelistas” são chamados por Deus para proclamar com clareza e eficácia o Evangelho da salvação e, muitas vezes, também atuam na plantação de igrejas (2Timóteo 4:5).
Já os “pastores e mestres” – geralmente vistos como um só ofício com dupla função – têm como missão alimentar espiritualmente o rebanho e cuidar dele com zelo. Sua tarefa inclui ensinar a sã doutrina, refutar o erro e liderar com base nas Escrituras (Atos 20:28; 1Pedro 5:2; 1Timóteo 3:2).
O Novo Testamento apresenta múltiplas listas de dons (Romanos 12:6–8; 1 Coríntios 12:4–11,28; 1 Pedro 4:10–11), o que sugere que esses dons são diversos, dinâmicos e ajustáveis às necessidades da Igreja em cada tempo e contexto. A graça de Deus é multiforme, e seus dons operam em harmonia para gerar interdependência, unidade e maturidade entre os membros. Portanto, os dons espirituais não visam à exaltação pessoal, mas ao serviço mútuo, à glorificação de Cristo e ao crescimento coletivo da Igreja.