Leitura Bíblica: Deuteronômio 18:15-19; Atos 3:22-24
Versículo-chave: “Levantarei um profeta como você do meio de seus irmãos israelitas e porei minhas palavras em sua boca, e ele dirá ao povo tudo que eu lhe ordenar. ” (Deuteronômio 18:18 NVT)
Ao lermos a peregrinação do povo de Israel no deserto, podemos observar que diversas representações simbólicas apontavam para Cristo, como a rocha da qual jorrou água (Êxodo 17:6; Números 20:11; 1 Coríntios 10:4), a serpente de bronze erguida para restaurar a saúde daqueles que foram feridos pelas serpentes venenosas (Números 21:8-9; João 3:14-15) e o maná que descia do céu (Êxodo 16:4, 14-15; João 6:32-35, 48-51), etc. Contudo, entre todos esses tipos e figuras, o que mais se evidencia nesse período é o profeta Moisés.
Os profetas do Antigo Testamento comunicavam ao povo a mensagem do Senhor, e Moisés foi o primeiro “porta-voz”, autor dos cinco primeiros livros das Escrituras (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) – o Pentateuco. Posteriormente surgiram outros profetas, que também falaram e registraram a Palavra de Deus; porém, foi a Moisés que o Senhor revelou que, no futuro, viria outro profeta semelhante a ele:
“Levantarei um profeta como você do meio de seus irmãos israelitas e porei minhas palavras em sua boca, e ele dirá ao povo tudo que eu lhe ordenar. ” (Deuteronômio 18:18 NVT)
A missão de Moisés consistia em guiar o povo para fora do Egito, a casa da escravidão, para que, como nação, servissem ao Senhor. Nessa tarefa árdua, vemos Moisés dedicando-se integralmente à obra de Deus e, repetidas vezes, atuando como mediador entre Deus e Israel, tanto nos momentos em que o Senhor derramava benção sobre a nação quanto nas ocasiões de punição.
Moisés seguia à frente de um povo teimoso e de ouvidos insensíveis, que frequentemente rejeitava a voz do Senhor. Foi a Moisés que Deus disse: “Levantarei um profeta como você no meio de seus irmãos israelitas”. Com essa afirmação, Deus estava mostrando que, no futuro, a descendência de Israel receberia outro resgatador, superior a Moisés, cuja voz o povo ouviria.
Nos dias do ministério terreno de Cristo, havia grande expectativa pela chegada desse profeta semelhante a Moisés. Após Jesus ter multiplicado os pães e os peixes, muitos afirmaram:
“Quando o povo viu Jesus fazer esse sinal, exclamou: ‘Sem dúvida ele é o profeta que haveria de vir ao mundo!’” (João 6:14 NVT)
Pedro também identifica Cristo como o profeta anunciado por Moisés:
“Moisés disse: ‘O Senhor, seu Deus, levantará para vocês um profeta como eu, do meio de seu povo. Ouçam com atenção tudo que ele lhes disser. Quem não der ouvidos a esse profeta será eliminado do meio do povo. A começar por Samuel, todos os profetas falaram sobre o que está acontecendo hoje’.” (Atos 3:22-24 NVT)
De fato, Cristo é o profeta anunciado por Moisés. Porém, Ele é infinitamente superior a qualquer profeta da antiga aliança. Primeiro, porque Cristo é o cumprimento das profecias. Quando conversou com os discípulos no caminho de Emaús, Ele os repreendeu por serem lentos para crer no que os profetas haviam dito e, percorrendo todo o Antigo Testamento, mostrou como as Escrituras apontavam para Ele (Lucas 24:25-27).
Em segundo lugar, Cristo não era apenas um portadorda revelação de Deus (como todos os demais profetas), mas a própria fonte dessa revelação. A Palavra de Deus veio aos profetas do Antigo Testamento, mas Jesus falou com autoridade própria, como o Verbo eterno que revela perfeitamente o Pai (João 1:1; 14:8-9). Assim, Cristo é, de maneira plena e absoluta – tanto pelas palavras quanto pelas ações – o Profeta por excelência, aquele prefigurado por todos os profetas anteriores!
“Por muito tempo Deus falou várias vezes e de diversas maneiras a nossos antepassados por meio dos profetas. E agora, nestes últimos dias, Ele nos falou por meio do Filho, o qual Ele designou como herdeiro de todas as coisas e por meio de quem criou o universo.” (Hebreus 1:1-2 NVT)




