Leia Lucas 9:23
“E dizia a todos: ‘Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me’.”
Renunciar a vida por amor a Cristo implica em negar o “eu” e “tomar cada dia a cruz”. Aqui, a cruz não é apenas um símbolo de fé, mas uma vivência na alma. A fé nos concede os benefícios da cruz de Cristo ao cancelar a dívida do pecado; no entanto, as virtudes dessa cruz são verdadeiramente experimentadas quando nos conformamos a elas de maneira prática:
“Conhecendo a Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação nos seus sofrimentos, tornando-se como Ele na sua morte.” (Filipenses 3:10)
A eficácia da cruz sobre o “eu” se manifesta quando a aplicamos diariamente à nossa existência, moldando nossos pensamentos, ações e comportamentos de acordo com seus princípios. Não há ressurreição onde não há morte, assim como não há uma nova vida prática enquanto:
“Não trouxermos por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos” (2 Coríntios 4:10).
A cruz age como um divisor entre o cristão genuíno e a religiosidade mundana. O mundo e Cristo continuam em conflito, e Tiago adverte que “qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4). É impossível caminhar com Cristo, desfrutar de comunhão com Ele, e ao mesmo tempo manter vínculos estreitos com o mundo. Quanto mais próxima for a caminhada com Cristo, maior será a incompreensão e, consequentemente, o ódio do mundo:
“Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.” (João 15:19)
Portanto, “tomar cada dia a cruz” não significa apenas renunciar ao ego, mas também recusar voluntariamente a amizade do mundo e resistir conformar-se a ele:
“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)
Sendo assim, reflita:
O que é mais importante para você – desfrutar do favor de Deus ou buscar uma falsa segurança na amizade com o mundo?