Leia Efésios 6:15-17
“E calçados os pés na preparação do Evangelho da paz; tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.”
Paulo agora nos introduz às sandálias militares de um soldado romano, que naquela época eram calçados resistentes, com solados tachados, projetados para proteger os pés e proporcionar equilíbrio e apoio em terrenos acidentados. Nesse contexto, a sandália simboliza a “preparação do Evangelho da paz”, que é a base sólida na qual os cristãos devem se fundamentar. Ao longo de sua carta aos Efésios, Paulo enfatiza repetidamente como o evangelho traz paz (leia Efésios 2:17), ao nos reconciliar com Deus através do sacrifício de Cristo. Calçamos os pés para caminhar e apregoar as boas novas do Evangelho e “quão formosos são os pés do que anuncia as boas novas!” (leia Isaías 52:7).
Paulo prossegue abordando o “escudo da fé” e seu propósito de “apagar os dardos inflamados do maligno”. A fé mencionada aqui é a confiança em Deus que tem o poder de nos proteger e livrar das armadilhas do inimigo, tais como mentiras, maus pensamentos, ódio em relação aos outros, desejos vingativos, incertezas e todas as formas de tentações. Caso não apaguemos esses ataques pela fé eles, inevitavelmente, inflamarão dentro de nós. Pois todo pecado tem sua origem no interior do homem, conforme Jesus nos alertou (leia Marcos 7:21-23).
Em seguida, Paulo instrui sobre o “capacete da salvação” e a “espada do Espírito, que é a Palavra de Deus”. O capacete, peça essencial no equipamento militar para proteger a cabeça. Da mesma forma, o “capacete da salvação”, para os cristãos, simboliza a lembrança constante de que foram salvos e remidos por meio de Jesus, o Cristo. Ele se entregou como sacrifício perfeito para aplacar a ira de Deus e expiar todos os nossos pecados. Consequentemente, não somos mais sujeitos à condenação (leia Romanos 8:1). O capacete da salvação protege nossa mente, impedindo-nos de esquecer nossa identidade em Cristo.
Por fim, a espada que, diferentemente do que possa parecer, não é uma arma de ataque, mas sim de defesa – como todos os outros itens da armadura. Lembremos que o soldado descrito por Paulo já está em um território conquistado – ele já foi transportado do império das trevas para o Reino de Deus – e agora precisa permanecer firme. Assim, na prática, “a espada do Espírito”, refere-se àquela passagem que precisaremos “desembainhar” em determinada situação específica. E, para “desembainhar” essa Palavra, precisamos conhecê-la e saber manejá-la (leia 2 Timóteo 2:15).
Quando a Bíblia não estiver em nossas mãos, ela deve estar gravada em nossa mente e coração. No entanto, se não guardarmos nossa mente, como nos lembraremos da Palavra necessária em uma situação específica? Sobretudo, se não dedicarmos tempo para estudar a Palavra, como poderemos memorizá-la?
Paulo conclui o tema Armadura de Deus ressaltando a importância da oração:
“Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos.” (Efésios 6:18)
Perceba que o versículo 18 nos indica como “tomar toda a armadura de Deus”: através da oração. O soldado, por si só, não pode enfrentar o inimigo. Portanto, é responsabilidade de todo cristão não apenas tomar sobre si a armadura, mas também orar constantemente ao Dono da armadura. Além disso, devemos permanecer vigilantes e perseverantes, sem negligenciar a súplica por todos os santos!
“Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam petições, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador.” (1 Timóteo 2:1-3)