Leia Efésios 6:10,11
“Quanto ao mais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.”
Após discorrer sobre os deveres cristãos referentes à santificação em diversas relações – entre maridos e esposas, pais e filhos, senhores e servos – Paulo passa a alertar, tanto os efésios como nós, sobre os desafios inerentes à busca pela santidade em um mundo repleto de adversários empenhados em nos desanimar. Entretanto, o apóstolo enfatiza que Deus detém o controle absoluto e nos provê a armadura necessária:
“Quanto ao mais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.”
A expressão “quanto ao mais” introduz o conceito de prosseguir; como se Paulo dissesse: “Já discorri sobre diversos aspectos; agora, prosseguindo… fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder”. O verbo “fortalecei-vos” indica uma ação em andamento, um fortalecimento em curso, realizado por alguém; sugerindo que o ato de ser fortalecido ocorre no momento presente, executado por alguém em nossa direção. De acordo com o texto, é Deus quem opera este fortalecimento em nós, por meio de Sua presença e poder. Não somos capazes de fazê-lo por nós mesmos.
Anteriormente, Paulo já havia demonstrado em sua carta aos efésios que o mesmo poder exercido por Deus para ressuscitar Cristo, também atua em benefício daqueles que estão unidos a Ele (leia Efésios 1:18-20). Em outras palavras, quando nossas mentes foram iluminadas para compreender a incomparável grandeza do Seu poder em favor daqueles que creem, Deus já nos disponibilizou a força necessária para batalhar. Consequentemente, quando Paulo escreve “fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder” não está insinuando que devemos buscar algum poder adicional, mas sim compreender que a força deste poder já nos foi conferida em Cristo. E, “se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31).
O outro imperativo, “revesti-vos de toda a armadura de Deus”, claramente indica que a armadura pertence a Deus e não a nós. O termo “armadura” refere-se diretamente à vestimenta de um soldado completamente equipado da cabeça aos pés, a ser usada como proteção contra as ardilosas tramas do diabo, nosso inimigo, que incluem engano, tentações à incredulidade, pecado e conformidade com o mundo. Tendo, provavelmente, já enfrentado tais lutas, o apóstolo admoesta: “Não ignorem as suas artimanhas” (leia 2 Coríntios 2:11).
Nesse contexto, lembremos que nossa luta não é de natureza terrena, mas sim espiritual (veja Efésios 6:12), abordando a esfera da mente, das ideias e dos argumentos. Da mesma forma, “as armas com as quais lutamos não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruir fortalezas, conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, a fim de levar cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10:4,5). Portanto, tendo o entendimento cativo e obediente a Cristo:
“Submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tiago 4:7)