Leia Mateus 7:5
“Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.”
Prosseguindo com a lição sobre o perigo de julgar os outros, Jesus também nos ensina sobre a tendência de amplificar as supostas falhas alheias, enquanto permanecemos cegos para nossos próprios erros, que são muito mais graves. Com frequência, fazemos um grande escarcéu sobre um “argueiro” no olho do nosso irmão, ignorando completamente a “trave” que está em nossos próprios olhos. Preocupamo-nos quando alguém não percebe uma pequena questão da verdade, enquanto nós mesmos negligenciamos grandes porções dela. Isso levou Jesus a perguntar:
“E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: ‘Deixa-me tirar o argueiro do teu olho’, estando uma trave no teu?” (Mateus 7:3,4)
Sejamos honestos: é muito mais fácil identificar um pequeno “cisco” no olho do nosso irmão do que uma “viga” em nossos próprios olhos. Isso é hipocrisia! Muitas vezes, somos complacentes conosco e implacáveis com os outros, incapazes de reconhecer nossos próprios erros, mas prontos para apontar os erros dos outros. Isso é semelhante à ocasião em que os escribas e fariseus trouxeram uma mulher apanhada em adultério diante de Jesus (leia João 8:3-11). Eles buscavam condená-la publicamente, mesmo sendo culpados de adultério e pecados ainda maiores aos olhos de Deus, mas cometidos em segredo.
Portanto, em vez de examinar minuciosamente os pecados alheios, devemos ter discernimento para ajudar nossos irmãos em momentos de dificuldade. Jesus chama aqueles que veem claramente as transgressões dos outros, mas não conseguem reconhecer seus próprios pecados, de “hipócritas”. Antes de corrigir os outros, precisamos avaliar a nós mesmos:
“Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.”
É importante notar que Jesus não nos proíbe de ajudar nosso irmão com o “argueiro”, mas Ele destaca a importância de um julgamento justo, baseado não na hipocrisia ou autojustiça, mas no discernimento cuidadoso, fundamentado na Palavra de Deus. Quando alguém remove a “trave” de seu próprio olho, ganha clareza para ajudar o outro com o “argueiro”. Em outras palavras, o autoexame não apenas nos ajuda a reconhecer nossas falhas e limitações, mas também nos prepara para servir aos outros.
Se realmente nos importamos uns com os outros, desejaremos ajudar nosso próximo a superar suas dificuldades. É por isso que somos todos membros do mesmo corpo (leia Romanos 12:5). Portanto, “tira primeiro a trave do teu olho” é, acima de tudo, um convite para nos autoexaminarmos à luz da Palavra, para que qualquer sentimento pecaminoso seja removido pela graça e misericórdia de Deus. Somente então os discípulos de Cristo podem se tornar instrumentos na restauração de irmãos que estão lidando com o “argueiro” em seus olhos. Julgar sem justiça leva à injustiça, mas nós servimos a um Deus que “ama a justiça e o juízo” (leia Salmos 33:5). Naturalmente, Seus filhos devem buscar a justiça e agir de acordo com a Sua vontade.
“Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros.” (Efésios 4:25)