Leia Filipenses 2:3,4
“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.”
Os participantes do Evangelho estão unidos pelos princípios do Evangelho, orientam-se de acordo com suas premissas, comprometem-se ativamente com o avanço do Reino e, consequentemente, buscam manifestar “o mesmo amor, o mesmo ânimo e o mesmo sentimento” (leia Filipenses 2:1,2). No entanto, muitos de nós persistem em hábitos pecaminosos obstinados, que teimam em perdurar mesmo após a conversão.
Diante desse desafio, o apóstolo Paulo exorta à abnegação, a fim de evitar que os filipenses – e todos nós – percam de vista o que é verdadeiramente importante:
“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.”
O termo “abnegação” refere-se ao “ato de negar a si mesmo”, implicando renúncia aos interesses pessoais em favor do próximo. Este significado faz referência ao chamado de Cristo ao discipulado:
“Então disse Jesus aos seus discípulos: ‘Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me’.” (Mateus 16:24)
Assim, todo discípulo de Cristo deve ser, por natureza, abnegado, pois a abnegação é uma condição imposta por Jesus aos seus seguidores em relação ao custo do discipulado. Da mesma forma, o discípulo deve, por natureza, obedecer aos preceitos de Deus e seguir o exemplo de Cristo com humildade.
Enquanto a humildade contrasta com a vanglória, a consideração pelos outros é oposta à contenda motivada por ambições egoístas. Paulo, então, prescreve a humildade como antídoto para superar o orgulho e a busca por reconhecimento, ensinando que devemos considerar os outros como superiores a nós mesmos, não em um sentido literal, mas reconhecendo-os como merecedores de tratamento preferencial.
Paulo compreendia que a maior batalha dos filipenses não residia apenas em desafios externos, mas também nas atitudes internas que poderiam minar a unidade. Ao exemplificar sua abnegação diante das circunstâncias (leia Filipenses 1:12-18), ele orienta cada cristão filipense a uma autoavaliação que promova a valorização mútua.
Sempre que ambições egoístas e presunção ameaçarem minar a unidade da Igreja, devemos lutar para preservá-la, estando atentos não apenas às nossas necessidades, mas também aos interesses dos outros irmãos (leia 1 Coríntios 10:24).
Como discípulos de Cristo, recebemos a mesma exortação: o autoexame sincero, mediado pelo Espírito Santo que habita em nós, conduz à verdadeira humildade. Isso possibilita ao indivíduo considerar o próximo antes de si mesmo, valorizar mais as pessoas do que os bens materiais ou planos pessoais, e considerar os outros superiores a si mesmo.
Sejamos, portanto, abnegados!
E “cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.” (Romanos 15:2)