“Pois essas coisas são apenas sombras da realidade futura, e o próprio Cristo é essa realidade.” (Colossenses 2:17 NVT)
Após os esclarecimentos fundamentais sobre nossa completude em Cristo, Paulo escreve agora sobre a importância dos irmãos colossenses não se deixarem abater pelos ataques e acusações que estavam enfrentando:
“Portanto, não deixem que ninguém os condene pelo que comem ou bebem, ou por não celebrarem certos dias santos, as cerimônias da lua nova ou os sábados.” (Colossenses 2:16 NVT)
Paulo inicia com um contundente “portanto”, estabelecendo uma conexão direta com a redenção alcançada em Cristo. Ele nos lembra que, em Cristo, somos livres do jugo do pecado, recebemos uma nova vida e o perdão dos pecados, e fomos libertos do registro de dívidas que eram contra nós (confira Colossenses 2:11-15). Essa liberdade deve ser traduzida, não como uma autonomia para o pecado, mas na autonomia de escolher o que comer e beber, sem a imposição de regras externas.
A igreja de Colossos também era criticada por sua indiferença em relação a dias festivos e fases da lua, práticas que antes eram regidas por crenças astrológicas. Paulo esclarece que tais costumes representavam apenas “sombras” da realidade futura que se concretizaria em Cristo. A obsessão pelos astros e seus “poderes” era incompatível com a fé em um Deus transcendente e soberano.
É importante salientar que Paulo não despreza as festividades instituídas no Antigo Testamento. Ele reconhece seu valor histórico e religioso para Israel:
“Estou para construir um templo em honra ao nome do Senhor, meu Deus. Será um lugar consagrado para queimar incenso aromático diante dele, para apresentar os pães da presença e para oferecer holocaustos todas as manhãs e todas as tardes, nos sábados, nas luas novas e nas festas fixas estabelecidas pelo Senhor, nosso Deus. Ele ordenou que Israel fizesse isso para sempre.”
(2 Crônicas 2:4 NVT; confira Ezequiel 45:17)
No entanto, Paulo adverte contra a rigidez e o fanatismo. Para ele, a verdadeira devoção a Deus não se limita a datas específicas, mas se manifesta em uma entrega total e diária. No cerne da mensagem de Paulo está a centralidade de Jesus Cristo; “o próprio Cristo é essa realidade”. Ele é a realidade plena; “essas coisas são apenas sombras da realidade futura.
Um corpo pode ser reconhecido pela sua sombra, segundo seu contorno. Porém, o mais importante não é a sombra, mas o próprio corpo, não é verdade? Assim, o mandamento dos sábados, festas e luas novas de Israel, também eram uma sombra do que haveria de vir, “o próprio Cristo é essa realidade!”.
Portanto, na Antiga Aliança, um dia específico era separado para Deus e considerado “santo”, em um único dia em que havia “repouso sagrado” (sábado). Contudo isso não passava de um prenúncio, um indício em forma de sombra de uma realidade muito mais gloriosa; o próprio Cristo é essa realidade gloriosa!”.
O descanso sagrado que buscamos não se restringe a um único dia, mas se encontra na presença constante de Cristo em nossas vidas. Jesus, em sua essência, é o verdadeiro sábado. O descanso que Ele oferece não se limita a um dia da semana, mas permeia toda a nossa existência, proporcionando paz mesmo em meio às tribulações do mundo.
“Eu lhes falei tudo isso para que tenham paz em mim. Aqui no mundo vocês terão aflições, mas animem-se, pois eu venci o mundo.” (João 16:33 NVT)
Descansemos nEle🙌