“Até que só restou um: seu filho muito amado. Por fim, o dono o enviou, pois pensou: ‘Certamente respeitarão meu filho’.” (Marcos 12:6 NVT)
O versículo de hoje faz parte do contexto em que Jesus conta a Parábola dos Lavradores Maus. É importante destacar que esta parábola foi contada durante a semana da Páscoa, em Jerusalém. Naqueles dias, a cidade estava repleta de peregrinos judeus que vinham celebrar a festa no Templo. Jesus estava ensinando Seus discípulos e, ao mesmo tempo, confrontando os líderes religiosos.
“Então Jesus começou a lhes ensinar por meio de parábolas: Um homem plantou um vinhedo. Construiu uma cerca ao seu redor, um tanque de prensar e uma torre para o guarda. Depois, arrendou o vinhedo a alguns lavradores e partiu para um lugar distante.” (Marcos 12:1 NVT)
Observemos a generosidade de Deus para com a nação de Israel: o Senhor tratou Israel como um campo que Ele separa e cerca para torná-lo uma “vinha”. Também lhes deu leis, ordenanças e removeu outras nações. Deus esperava frutos doces de Israel, mas Israel só produziu uvas amargas (confira Isaías 5:1-7).
“No tempo da colheita da uva, enviou um de seus servos para receber sua parte da produção. Os lavradores agarraram o servo, o espancaram e o mandaram de volta de mãos vazias. Então o dono da terra enviou outro servo, mas eles o insultaram e bateram na cabeça dele. O próximo servo que ele mandou foi morto. Outros servos que ele enviou foram espancados ou mortos.” (Marcos 12:2-5 NVT)
Perceba que o dono da vinha não foi impaciente em suas demandas, nem exigiu demais, mas enviou os servos no momento oportuno, “no tempo da colheita da uva”. Assim, servo após servo foi enviado a Israel em busca de frutos e foi rejeitado. Ao longo dos séculos, Deus enviou Seus profetas para falar ao povo, mas eles recusaram a mensagem e, além disso, perseguiram e mataram Seus mensageiros.
“Até que só restou um: seu filho muito amado. Por fim, o dono o enviou, pois pensou: ‘Certamente respeitarão meu filho’.”
Por fim, o dono da vinha enviou seu filho amado, mas ao invés de respeitá-lo, os lavradores o odiaram. Como Jesus fez suas exigências com muito mais autoridade do que os profetas, os lavradores (representados pelos líderes religiosos na parábola) ficaram ainda mais enfurecidos contra Ele e decidiram matá-lo, para monopolizar o poder.
“Os lavradores, porém, disseram uns aos outros: ‘Aí vem o herdeiro da propriedade. Vamos matá-lo e tomar posse desta terra!’. Então o agarraram, o mataram e jogaram seu corpo para fora do vinhedo.” (Marcos 12:7-8 NVT)
Talvez você, assim como eu, pode estar pensando: “Quanta ingratidão! Quanta maldade!”. Mas, se deixarmos de lado o pecado desses lavradores e olharmos para nós mesmos, perceberemos que também deveríamos ser gratos pela paciência de Deus para conosco. Ele não nos tem tratado segundo nossos pecados; contudo, muitas vezes, temos sido ingratos diante de tanta bondade. Não há outra verdade tão pouco reconhecida quanto o profundo engano do coração humano! Portanto, que essa parábola nos sirva de lembrete permanente, “pois, em breve virá Aquele que está para vir; e não se atrasará!” (Hebreus 10:37 NVT)