“E, como Moisés, no deserto, levantou a serpente de bronze numa estaca, também é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nEle crer tenha a vida eterna.” (João 3:13-15 NVT)
Seguimos examinando o relato de João sobre como “um mestre respeitado em Israel” pode não estar familiarizado com os princípios fundamentais da fé salvífica. Ao ser confrontado com a ideia do novo nascimento, Nicodemos prontamente questionou: “Como pode ser isso?” (João 3:9 NVT). Lamentavelmente, a ignorância demonstrada por Nicodemos é algo comum entre os membros da Igreja de Cristo.
Como um mestre em Israel, Nicodemos deveria ter compreendido que as Escrituras do Antigo Testamento ensinavam claramente sobre essa nova vida em Cristo. Ela é representada pela ressurreição em Ezequiel 37 e pelo novo coração mencionado em Deuteronômio 30:6; Jeremias 31:33; Ezequiel 36:26.
“Você é um mestre respeitado em Israel e não entende essas coisas? Eu lhe digo a verdade: falamos daquilo que sabemos e vimos e, no entanto, vocês não creem em nosso testemunho. Se vocês não creem em mim quando falo de coisas terrenas, como crerão se eu falar de coisas celestiais?” (João 3:10-12 NVT)
Jesus está explicando que, ao falar das grandes obras de Deus — como o novo nascimento — Ele utilizou comparações com características terrestres, como o vento, para facilitar a compreensão. No entanto, Nicodemos ainda não entendeu. Se não consegue compreender isso, como poderia crer nas coisas celestiais? Jesus continua dizendo:
“Ninguém jamais subiu ao céu, exceto aquele que de lá desceu, o Filho do Homem.” (João 3:13 NVT)
Somente uma Pessoa estava capacitada para falar sobre as coisas celestiais, pois foi a única que esteve no céu. Jesus, o Filho do Homem, não era apenas um mestre humano enviado por Deus, mas sim aquele que viveu eternamente com o Pai e “que de lá desceu”. A seguir, Ele começa a explicar a Nicodemos como o novo nascimento pode acontecer:
“E, como Moisés, no deserto, levantou a serpente de bronze numa estaca, também é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nEle crer tenha a vida eterna.”
A penalidade pelo pecado da humanidade precisa ser paga, pois ninguém pode entrar no Reino de Deus permanecendo em seus pecados. Jesus faz referência ao episódio que ocorreu com o povo no deserto para ilustrar como se dá o novo nascimento (confira Números 21:4-9).
Durante a jornada pelo deserto, sob a liderança de Moisés, os israelitas se desanimaram, ficaram impacientes e murmuraram contra o Senhor. Como punição, Deus enviou serpentes venenosas entre eles, e muitos morreram. Quando os sobreviventes clamaram em arrependimento, o Senhor instruiu Moisés a fazer uma serpente de bronze e colocou-a numa estaca. Qualquer pessoa mordida que olhasse para a serpente seria milagrosamente curada.
Todos os seres humanos foram “picados” pela serpente do pecado e estão destinados à morte eterna. Assim, Jesus está explicando que a serpente de bronze era uma representação dEle. Cristo, sem pecado, não merecia ser punido, mas tomou nosso lugar e suportou o castigo que nós merecíamos. A estaca, por sua vez, simboliza a cruz do Calvário, onde Jesus foi erguido. Somos salvos ao olharmos para Ele com fé!
“Porque Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho único, para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16 NVT)