“Por esse tempo, subiam para Jerusalém, e Jesus ia à frente. Os discípulos estavam muito admirados, e o povo que os seguia tinha grande temor. Jesus chamou os Doze à parte e, mais uma vez, começou a descrever tudo que estava prestes a lhe acontecer.” (Marcos 10:32 NVT)
Jesus sempre teve uma compreensão clara e antecipada sobre os seus próprios sofrimentos e sua morte. Nada foi involuntário ou inesperado na morte do nosso Senhor. Desde o início do Seu ministério terreno, Jesus visualizava a cruz à Sua frente e foi a ela como um sofredor voluntário; pois Ele sabia que Sua morte era o preço exigido para que a reconciliação entre Deus e os homens fosse realizada.
Então, quando chegou o momento determinado, Jesus se preparou para entregar Sua vida, enquanto os discípulos estavam surpresos e até mesmo distraídos com suas preocupações egoístas. Nesse momento, Jesus, mais uma vez, “chamou os Doze à parte” para falar sobre Sua morte e ressurreição:
“‘Ouçam’, disse Ele. ‘Estamos subindo para Jerusalém, onde o Filho do Homem será traído e entregue aos principais sacerdotes e aos mestres da lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios. Zombarão dele, cuspirão nele, o açoitarão e o matarão, mas depois de três dias Ele ressuscitará’.”
(Marcos 10:33-34 NVT)
À medida que Jesus torna o assunto mais claro, os discípulos ficam mais confusos. Quando Ele falou pela primeira vez da sua morte, Pedro O reprovou (confira Mateus 16:21-23 ). Quando Jesus fala novamente sobre Seu sofrimento e morte, os discípulos discutiram entre si sobre quem era o maior entre eles (confira Marcos 9:30-34). Agora, “Jesus chamou os Doze à parte e, mais uma vez, começou a descrever tudo que estava prestes a lhe acontecer”, mas Tiago e João estavam interessados em honrarias:
“Então Tiago e João, filhos de Zebedeu, vieram e falaram com Ele: ‘Mestre, queremos que nos faça um favor’. ‘Que favor é esse?’, perguntou Jesus. Eles responderam: ‘Quando o senhor se sentar em seu trono glorioso, queremos nos sentar em lugares de honra ao seu lado, um à sua direita e outro à sua esquerda’.” (Marcos 10:35-37 NVT)
Tiago e João se apresentam ao Mestre, pedindo os primeiros lugares no reino da glória. Enquanto Jesus percorre o caminho da renúncia, eles seguem pela estrada da ambição. Apesar de todas as claras advertências de Jesus, os irmãos Tiago e João estavam ansiando por recompensas terrenas; eles não tinham preocupação alguma em examinar seu próprio coração.
“Jesus lhes disse: ‘Vocês não sabem o que estão pedindo! São capazes de beber do cálice que beberei? São capazes de ser batizados com o batismo com que serei batizado?’. ‘Somos!’, responderam eles.” (Marcos 10:38-39 NVT)
Quando lemos esses versículos, somos rápidos em notar o absurdo do pedido desses dois discípulos, bem como a presunção com que respondem a Jesus. Mas, infelizmente, somos lentos em perceber que temos a mesma capacidade de formar uma avaliação incorreta de nossa própria paciência e capacidade de resistência. Julgamos de maneira equivocada nossa própria habilidade de resistir às provações e às tentações. O resultado de tudo isso é que, frequentemente, temos experiências amargas, muitos desapontamentos e não poucas quedas como consequência do nosso orgulho.
Portanto, que a advertência de Paulo aos coríntios nos sirva de alerta:
“Se vocês pensam que estão de pé, cuidem para que não caiam!”
(1 Coríntios 10:12 NVT)