“Pouco depois, uma mulher samaritana veio tirar água, e Jesus lhe disse: ‘Por favor, dê-me um pouco de água para beber’.” (João 4:7 NVT)
A narrativa da mulher samaritana é, além de interessante, altamente educativa. No caso do fariseu Nicodemos, o apóstolo João nos mostrou como o Senhor foi abordado por um homem erudito, porém cheio de autossuficiência. Já na história da mulher samaritana, o evangelista nos apresenta como Jesus abordou uma mulher com pouco conhecimento, uma mentalidade carnal e uma reputação comprometida.
O encontro entre Jesus e a mulher samaritana ocorreu quando, ao deixar a Judeia rumo à Galileia, Jesus “teve de passar por Samaria” (confira João 4:3-4). Ao chegar à cidade samaritana de Sicar, “Jesus, cansado da longa caminhada, sentou-se junto ao poço de Jacó, por volta do meio-dia” (João 4:5-6NVT).
É importante notar a menção da natureza humana de Jesus nesse relato. Lemos que Ele estava “cansado da longa caminhada”, e por meio dessa e de outras passagens nos Evangelhos, aprendendo que Jesus possuía um corpo como o nosso, exceto pelo pecado.
Assim como nós, Jesus passou pela infância, juventude e idade adulta; Ele sentia fome, sede, dor e cansaço. Essa verdade é uma grande ruptura para os cristãos genuínos: o nosso Salvador é plenamente humano e plenamente divino. Ele teve uma natureza verdadeiramente humana durante sua vida na terra e levou essa natureza consigo ao subir ao céu.
“Pouco depois, uma mulher samaritana veio tirar água, e Jesus lhe disse: ‘Por favor, dê-me um pouco de água para beber’.”
Jesus estava sentado junto ao poço de Jacó quando uma samaritana chegou. Ele não aguardou que ela O abordasse, mas também não iniciou o diálogo com uma repreensão por seus pecados, embora os conhecesse muito bem. Jesus iniciou uma conversa fazendo um pedido simples: “Por favor, dê-me um pouco de água para beber”. Embora pareça uma solicitação comum, Ele abriu espaço para um diálogo espiritual.
“A mulher ficou surpresa, pois os judeus se recusam a ter qualquer contato com os samaritanos. ‘Você é judeu, e eu sou uma mulher samaritana’, disse ela a Jesus. ‘Como é que me pede água para beber?’.” (João 4:9 NVT)
Os samaritanos alegavam ser descendentes de Jacó e se viam como verdadeiros israelitas. Contudo, eram descendentes de uma mistura entre judeus e pagãos. Os judeus desprezavam os samaritanos, considerando-os uma raça mestiça. Por isso, a mulher estranhou que Jesus, sendo judeu, falasse com ela, uma samaritana. Mal sabia que ela estava dialogando com o próprio Criador!
Jesus não se deteve ao tom irônico da resposta dela ou em sua possível amargura, pois desejava usar elementos materiais – como a água – para levá-la a refletir e ansiar pelas realidades espirituais.
“Jesus respondeu: ‘Se ao menos você soubesse que presente Deus tem para você e com quem está falando, você me pediria e eu lhe daria água viva’.” (João 4:10 NVT)
Mesmo sabendo perfeitamente o caráter da mulher, Jesus afirmou que lhe concederia a água viva de Sua graça, misericórdia e paz, se ela pedisse. Apesar de quem somos, Jesus sempre está disposto a nos conceder Seu favor. Apesar de nossas falhas, Ele constantemente estende Suas mãos para nos ajudar. Apesar de nós, Ele jamais deixará de cumprir Sua promessa:
“Portanto eu lhes digo: peçam, e receberão. Procurem, e encontrarão. Batam, e a porta lhes será aberta. Pois todos que pedem, recebem. Todos que procuram, encontram. E, para todos que batem, a porta é aberta. […] Portanto, se vocês que são pecadores sabem como dar bons presentes a seus filhos, quanto mais seu Pai no céu dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem!”
(Lucas 11:9-10,13 NVT)