“Um dos mestres da lei estava ali ouvindo a discussão. Ao perceber que Jesus tinha respondido bem, perguntou: ‘De todos os mandamentos, qual é o mais importante?’” (Marcos 12:28 NVT)
Tendo silenciado os saduceus e fariseus, quem se aproxima para questionar Jesus é um dos mestres da lei que “estava ali ouvindo a discussão”. Os mestres da lei (ou escribas) haviam estipulado que os judeus deveriam seguir mais de 600 preceitos legais e, uma de suas práticas prediletas era debater sobre qual desses mandamentos era o mais relevante. Por isso, ele levou essa questão a Jesus:
“De todos os mandamentos, qual é o mais importante?”
A resposta de Jesus não traz um conceito novo, mas sim uma lembrança do que todo judeu recitava a cada manhã e noite, conhecido como “shema” (ouve, escuta):
“Jesus respondeu: O mandamento mais importante é este: ‘Ouça, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua mente e de todas as suas forças’. O segundo é igualmente importante: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Nenhum outro mandamento é maior que esses.”
(Marcos 12:29-31 NVT; confira Deuteronômio 6:4-6)
Jesus resumiu a lei no amor, e não em regras e rituais. O amor a Deus e ao próximo é o objetivo final da lei, pois aquele que ama cumpre a lei. E, ao ouvir a resposta de Jesus, o mestre da lei entendeu que o amor “é mais importante que oferecer todos os holocaustos e sacrifícios exigidos pela lei” (confira Marcos 12:32-33).
As palavras daquele homem mostram claramente que ele possuía grande conhecimento. No entanto, não há registro de que ele tenha decidido abandonar tudo e seguir a Cristo. Após reconhecer o entendimento do mestre da lei, Jesus apenas lhe disse: “Você não está longe do reino de Deus” (Marcos 12:34 NVT). Embora estivesse perto do reino de Deus, não sabemos se aquele mestre da lei entrou nele.
Se ele simplesmente parou naquele ponto, sem avançar mais, isso não seria incomum, pois, infelizmente, situações assim são muito frequentes. Há aqueles que compreendem bastante sobre a fé verdadeira, mas vivem e morrem indecisos. Há pessoas que participam das atividades da igreja, mas nunca se convertem – permanecem como eternos simpatizantes.
Portanto, que isso nos sirva de alerta para nunca depositarmos nossa esperança de salvação no conhecimento intelectual. Não devemos apenas conhecer com a mente as doutrinas fundamentais do Evangelho, mas devemos aplicá-las ao coração e deixar que elas nos guiem.