“E tudo isso vem de Deus, aquele que nos trouxe de volta para si por meio de Cristo e nos encarregou de reconciliar outros com Ele.” (2 Coríntios 5:18 NVT)
O pecado exerce sua influência em cada aspecto do ser humano não regenerado – consciência, lógica e vontade – impedindo-o de buscar a Deus. Todavia, essa realidade não se traduz na ausência de consciência ou na aniquilação da capacidade de raciocinar, de desejar e de determinar ações. Pelo contrário, a narrativa do Gênesis nos apresenta Adão e Eva, mesmo após a Queda, em pleno exercício da consciência:
“Naquele momento, seus olhos se abriram, e eles perceberam que estavam nus. Por isso, costuraram folhas de figueira umas às outras para se cobrirem.” (Gênesis 3:7 NVT)
Assim, mesmo sob o jugo do pecado e sua propensão à destruição, a consciência não apenas persiste, mas também se manifesta de forma ativa. Lemos um exemplo notável na história narrada por João, onde os fariseus, maquinando uma armadilha contra Jesus, apresentam-lhe uma mulher adúltera. A resposta de Jesus, porém, os confronta com sua própria hipocrisia:
“Eles continuaram a exigir uma resposta, de modo que Ele se levantou e disse: ‘Aquele de vocês que nunca pecou atire a primeira pedra’. Então inclinou-se novamente e voltou a escrever na terra. Quando ouviram isso, foram saindo, um de cada vez, começando pelos mais velhos, até que só restaram Jesus e a mulher no meio da multidão.” (João 8:7-9 NVT)
Ou seja, embora dotada de atividade, a consciência é moldada pela natureza pecaminosa do ser humano. Diante dessa realidade, os eleitos de Deus reconhecem com profunda gratidão:
“Tudo isso vem de Deus, aquele que nos trouxe de volta para si por meio de Cristo e nos encarregou de reconciliar outros com Ele.”
A reconciliação, privilégio inquestionável, sinaliza a restauração da amizade desfeita pelo pecado, cuja redenção reside unicamente na vontade soberana do próprio Deus. Através de Seu Filho, Ele nos reconciliou consigo mesmo, sem macular Sua justiça e santidade. Portanto, toda a glória pertence ao Senhor, que inicia, sustenta e consuma nossa salvação.
“Pois Deus fez de Cristo, aquele que nunca pecou, a oferta por nosso pecado, para que por meio dEle fôssemos declarados justos diante de Deus.”
(2 Coríntios 5:21 NVT)
Soli Deo Gloria