“Vivam com sabedoria entre os que são de fora e aproveitem bem todas as oportunidades. Que suas conversas sejam amistosas e agradáveis, a fim de que tenham a resposta certa para cada pessoa.” (Colossenses 4:5-6 NVT)
Paulo nos lembra que a vida cristã se manifesta tanto na dedicação à oração (confira Colossenses 4:2) quanto na forma como interagimos com o mundo ao nosso redor. Em tempos em que os primeiros cristãos eram vistos com suspeita e desprezo, muitas vezes sendo considerados ateus por sua recusa em adorar os deuses romanos e gregos, era crucial que suas ações fossem irrepreensíveis.
“Vivam com sabedoria entre os que são de fora…”
Diante da proliferação de distorções sobre suas crenças e práticas, cabia aos servos de Deus dissipar as dúvidas através de uma vida virtuosa e piedosa. Ao mesmo tempo, era fundamental que “aproveitassem bem todas as oportunidades”, demonstrando não apenas eloquência, mas discernimento para identificar o momento oportuno para um testemunho eficaz.
É evidente também que a oportunidade apropriada deve ser acompanhada das palavras corretas:
“Que suas conversas sejam amistosas e agradáveis, a fim de que tenham a resposta certa para cada pessoa.”
Paulo destaca a importância de uma comunicação amável, não apenas para ter a retórica perfeita, mas para despertar nos outros o desejo de ouvir mais. A proclamação da Palavra de Deus não deve ser feita como um discurso frio e distante, mas sim através do diálogo genuíno. Lemos, no livro de Atos dos Apóstolos, Paulo exercendo seu ministério dessa maneira, tanto em Atenas quanto em outros lugares.
O apóstolo não espera que nosso testemunho sobre Cristo “converta” o outro instantaneamente, nem tampouco considera nosso empenho um fracasso se, a princípio, resultar apenas em perguntas e objeções. Pelo contrário, são essas mesmas dúvidas e questionamentos que abrem novas oportunidades para aprofundar o diálogo e demonstram que a mensagem despertou a atenção do outro.
Portanto, é essencial que o cristão “tenha a resposta certa para cada pessoa”. A mera repetição de fórmulas decoradas não trará frutos. Cada pergunta e cada objeção serão carregadas de nuances únicas, moldadas pela pessoa com quem dialogamos. Por isso, nossa resposta precisa brotar de Deus, direcionada ao coração e à situação específica do outro.
“Portanto, não se preocupem e não tenham medo de ameaças. Em vez disso, consagrem a Cristo como o Senhor de sua vida. E, se alguém lhes perguntar a respeito de sua esperança, estejam sempre preparados para explicá-la. Façam-no, porém, de modo amável e respeitoso. Mantenham sempre a consciência limpa. Então, se as pessoas falarem mal de vocês, ficarão envergonhadas ao ver como vocês vivem corretamente em Cristo.” (1 Pedro 3:13-16 NVT)