“Assim, a Palavra se tornou ser humano, carne e osso, e habitou entre nós. Ele era cheio de graça e verdade. E vimos sua glória, a glória do Filho único do Pai.” (João 1:14 NVT)
Em João, fica evidente que o autor tem um interesse primordial na vida que existe em Deus e que, sob certas condições, pode ser compartilhada pelos homens quando “a Palavra se tornou ser humano, e habitou entre nós”. A condição básica para compartilhar essa vida é a crença em Jesus como o Filho de Deus.Além disso, João usa repetidamente a palavra “glória” em relação a Jesus Cristo. Qual seria o motivo? Eis alguns deles:
- A vida de Jesus foi uma manifestação de glória. Quando realizou o milagre da água e do vinho, foi um dos momentos em que Jesus manifestou a sua glória (confira João 2:11).
- A glória manifesta é a glória de Deus, não dos homens. Jesus não busca sua própria glória, mas a glória dAquele que o enviou (confira João 7:18), pois é seu Pai quem o glorifica (confira João 8:50,54).
- A glória era algo que pertencia a Jesus por direito próprio. Ele roga que Deus o glorifique com a glória que tinha antes que o mundo existisse (confira João 17:5).
- A vinda de Cristo é a chegada da glória de Deus aos homens (confira João 17:22).
No Antigo Testamento, a glória do Senhor manifestou-se em vários momentos, como por exemplo: antes da chegada do maná (confira Êxodo 16:10), na entrega dos Dez mandamentos (confira Êxodo 24:16); após a construção do tabernáculo (confira Êxodo 40:34) e do templo de Salomão (confira 1 Reis 8:11). A glória, portanto, é uma manifestação da presença de Deus. E, a verdadeira morada da glória divina é encontrada em Jesus, o verdadeiro Templo:
“’Pois bem’, respondeu Jesus. ‘Destruam este templo, e em três dias eu o levantarei’ […] Mas quando Jesus disse ‘este templo’, estava se referindo a seu próprio corpo.” (João 2:19,21)
Assim, a glória do Senhor não é a presença de um Deus tirano, distante ou indiferente, mas sim “a glória do Filho único do Pai” diante do qual nos prostramos em amor, louvor e adoração.