“‘Quem é você?’, perguntaram eles. Jesus respondeu: ‘Sou aquele que sempre afirmei ser’.” (João 8:25 NVT)
Para compreendermos essa indagação, precisamos lembrar que ela veio dos fariseus, a quem Jesus havia dito que “a menos que cressem que Ele é lá de cima, morreriam em seus pecados” (João 8:24 NVT). Por isso, questionaram: “Quem é você” para acreditarmos em Suas palavras?
“Jesus respondeu: ‘Sou aquele que sempre afirmei ser’.”
Sua resposta indicava que Ele reiterava tudo o que já havia declarado sobre si mesmo. Jesus havia afirmado ser o Cristo (confira João 4:25-26), o Filho de Deus (confira João 5:17), o Pão da vida (confira João 6:35), bem como a única fonte de salvação. Jesus é aquele que sempre afirmou ser desde o princípio.
“Tenho muito que dizer e julgar a respeito de vocês, mas não o farei. Digo ao mundo apenas o que ouvi daquele que me enviou, e Ele é inteiramente verdadeiro.” (João 8:26 NVT)
Embora pudesse trazer acusações contra seus opositores, Jesus optou por focar em Sua mensagem. Ele ressaltou que sua missão era compartilhar aquilo que ouvira do Pai. Apesar da clareza de Suas palavras, os fariseus, “ainda assim, não entenderam que Ele lhes falava a respeito do Pai” (João 8:27 NVT). Quando eles entenderiam?
Jesus nos esclarece:
“Quando vocês me levantarem, entenderão que eu sou o Filho do Homem. Não faço coisa alguma por minha própria conta; digo apenas o que o Pai me ensinou. E aquele que me enviou está comigo; Ele não me abandonou, pois sempre faço o que lhe agrada.” (João 8:28-29 NVT)
Perceba que, aqui, Jesus indicou que aqueles que o acusavam seriam instrumentos de sua crucificação. “Quando vocês me levantarem” foi uma referência ao momento em que seria erguido na cruz, semelhantemente à serpente de metal sobre a haste (confira João 3:14). Esse evento seria tão marcante que levaria muitos à certeza de que Jesus era, de fato, o Filho do Homem. Contudo, para alguns, essa percepção viria tarde demais.
Esse entendimento foi confirmado por sinais extraordinários que ocorreram na morte de Cristo (confira Mateus 27:51-54) e ainda mais pelo triunfo de sua ressurreição (confira Atos 17:31; Romanos 1:4). A ressurreição não apenas reafirmou sua identidade como o Messias, mas também tornou evidente sua vitória sobre o pecado e a morte. Além disso, pela sua morte, recebemos o Espírito Santo, que convence o mundo de que Jesus é o Senhor e Salvador.
Ao falar sobre sua morte, Jesus também declarou: “Aquele que me enviou está comigo; Ele não me abandonou, pois sempre faço o que lhe agrada”. Cristo tinha plena certeza da presença do Pai e sabia que Sua fidelidade agradava profundamente a Deus. Sua missão, dada pelo Pai, foi cumprida com absoluta precisão. Diferentemente de qualquer outro ser humano, Jesus poderia afirmar: “Sempre faço o que lhe agrada”. Enquanto todos nós, em algum momento, falhamos diante de Deus, Jesus foi impecável em sua obediência, cumprindo toda a justiça divina.
Pois, “Ele foi entregue à morte por causa de nossos pecados e foi ressuscitado para que fôssemos declarados justos diante de Deus” (Romanos 4:25 NVT). Por meio de Cristo, e por causa da sua fidelidade à missão que lhe foi incumbida, temos acesso à justificação e à reconciliação com Deus, o que é motivo de profunda gratidão e esperança eterna.