“No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, quando o cordeiro pascal era sacrificado, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: ‘Onde quer que lhe preparemos a refeição da Páscoa?’” (Marcos 14:12 NVT)
Sempre devemos nos maravilhar com a determinação providencial de Deus! Nosso Senhor e Redentor foi crucificado durante a celebração da Páscoa, justamente no mesmo dia em que o cordeiro pascal era tradicionalmente sacrificado. É evidente que o propósito foi chamar a atenção do povo judeu para Aquele que é o verdadeiro Cordeiro de Deus (confira João 1:29).
Cada sacrifício levítico, sem dúvida, tinha por objetivo direcionar os judeus para o futuro, apontando para o único e definitivo sacrifício pelos pecados, que seria realizado por Cristo. Contudo, nenhum sacrifício foi tão significativo e simbólico quanto o do cordeiro pascal, que prefigurava de maneira única a morte do nosso Senhor.
A festa da Páscoa levava os judeus a rememorar o notável ato de libertação que Deus efetuou ao tirar seus antepassados da terra do Egito, após a morte dos primogênitos egípcios (confira Êxodo 12:25-27). Porém, acima de tudo, a Páscoa tinha a função de ser um sinal que apontava para a redenção muito maior, a libertação da escravidão do pecado, realizada por nosso Senhor Jesus Cristo.
“Pois vocês sabem que o resgate para salvá-los do estilo de vida vazio que herdaram de seus antepassados não foi pago com simples ouro ou prata, que perdem seu valor, mas com o sangue precioso de Cristo, o Cordeiro de Deus, sem pecado nem mancha.” (1 Pedro 1:18-19 NVT)
A Páscoa recordava aos judeus que a aspersão do sangue nas portas de suas casas salvou seus antepassados do anjo da destruição. Todavia, seu verdadeiro propósito era revelar uma verdade ainda maior: que o sangue de Cristo nos purifica de todo pecado e nos livra da ira que há de vir.
“Com Seu próprio sangue, e não com o sangue de bodes e bezerros, entrou no lugar santíssimo de uma vez por todas e garantiu redenção eterna. Se, portanto, o sangue de bodes e bezerros e as cinzas de uma novilha purificavam o corpo de quem estava cerimonialmente impuro, imaginem como o sangue de Cristo purificará nossa consciência das obras mortas, para que adoremos o Deus vivo. Pois, pelo poder do Espírito eterno, Cristo ofereceu a si mesmo a Deus como sacrifício perfeito.” (Hebreus 9:12-14 NVT)
Portanto, devemos refletir profundamente sobre essas verdades. A morte de Cristo ocorreu exatamente na época em que os israelitas voltavam seus pensamentos para a libertação do Egito e para os eventos daquela noite momorável: o cordeiro sacrificado e compartilhado em família, o anjo destruidor, e o sangue aspergido nas portas. Para nós, que agora vemos Cristo como a lente para a compreensão das ordenanças do Antigo Testamento, podemos nos alegrar ao descobrir cada vez mais que essas cerimônias estão cheias da luz do Evangelho e de verdades que nos trazem consolo e esperança.
Solus Christus✝