“Então Jesus sentiu profunda angústia e exclamou: ‘Eu lhes digo a verdade: um de vocês vai me trair!’.” (João 13:21 NVT)
O versículo de hoje descreve o sofrimento intenso de Jesus ao perceber que um dos discípulos se tornaria, por vontade própria, um traidor e apóstata. A traição de Judas era algo já previsto por Jesus, mas o conhecimento prévio não diminuiu a intensidade da angústia.
Os sofrimentos enfrentados por Cristo durante Seu ministério terreno são tão vastos que vão além da nossa plena compreensão. Sua crucificação e os tormentos na cruz representaram apenas o ápice de Suas dores. Ao longo de Sua vida terrena, Jesus foi “homem de dores, que conhece o sofrimento mais profundo” (Isaías 53:3 NVT) – em parte devido à incredulidade dos judeus, ao desprezo dos líderes religiosos como fariseus e saduceus, e também às fraquezas e limitações dos próprios discípulos.
Apesar de Jesus já ter mencionado a traição (confira João 6:70), os discípulos pareciam não ter dado a devida atenção. Por isso, ficaram tão chocados, trocando olhares intrigados, quando Ele exclamou: “Eu lhes digo a verdade: um de vocês vai me trair!”. Em resposta à perplexidade do grupo, Pedro fez um sinal para o discípulo que estava mais próximo de Jesus (presumivelmente João), pedindo que perguntasse quem seria o traidor. Ao ser questionado, Jesus respondeu:
“É aquele a quem eu der o pedaço de pão que molhei na tigela.” (João 13:26 NVT)
Naquele contexto cultural, quando o anfitrião mergulhava um pedaço de pão em uma tigela e o entregava a alguém, isso era geralmente visto como um gesto de honra. Por essa razão, ao testemunharem esse ato, os discípulos provavelmente interpretaram que Jesus estava expressando amizade e proximidade com Judas; embora respondesse à pergunta de João.
“Quando Judas comeu o pão, Satanás entrou nele. Então Jesus lhe disse: ‘O que você vai fazer, faça logo’.” (João 13:27 NVT)
No início do capítulo 13, o apóstolo João relata que “o diabo já havia instigado Judas a trair Jesus” (João 13:2 NVT). Agora, ele diz que “Satanás entrou nele”. Essa mudança reforça a gravidade do estado espiritual de Judas. Devemos, portanto, estar sempre vigilantes, conscientes das estratégias malignas do inimigo, para que ele não tenha vantagem sobre nós (confira 2 Coríntios 2:11). Bem-aventurados são aqueles que oram e vigiam continuamente para serem guardados das tentações!
Poderíamos imaginar que as palavras de Jesus – “O que você vai fazer, faça logo” – teriam despertado a consciência de Judas. Contudo, seu propósito permaneceu inalterado. Com o coração endurecido, “Judas saiu depressa” (João 13:30 NVT). Portanto, com reverência e temor, devemos examinar nossos corações, evitando ceder às sugestões do inimigo e apegando cada vez mais a este princípio:
“Submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês!”
(Tiago 4:7 NVT)