“Quando ele ainda estava longe, seu pai o viu. Cheio de compaixão, correu para o filho, o abraçou e o beijou.” (Lucas 15:20 NVT)
Como mencionado anteriormente, os ensinamentos de Jesus irritavam os fariseus e os mestres da lei (confira Lucas 15:1-3). Para eles, qualquer um que visse possibilidade ou esperanças para um cobrador de imposto ou pecador devia ser um blasfemo. Esse mesmo ponto é destacado na parábola pelas diferentes atitudes do pai e do irmão mais velho em relação ao filho mais novo: não se trata apenas de como ele deveria ser recebido de volta, mas se ele deveria ser recebido de volta.
O jovem havia tentado de tudo, esgotado todos os seus recursos e seus esforços, assim como os esforços de outras pessoas. Mas tudo falhou para ele e ninguém podia ajudá-lo, exceto um, o pai! Ele era a última, mas também a única esperança.
O Evangelho sempre leva o homem a este ponto: enquanto houver dinheiro, amigos ou pessoas (mesmo que distantes) para recorrer em busca de ajuda, o Evangelho não será atraente. Assim, o homem prossegue até que todos os recursos estejam esgotados. Somente Deus pode salvar! No entanto, é importante ressaltar que não podemos reivindicar nada diante dEle, exceto a Sua misericórdia e compaixão.
Quando o filho mais jovem abandonou sua casa, a sua exigência foi “quero a minha parte da herança”(Lucas 15:11 NVT). Ou seja, ele exigiu os direitos que acreditava ter. Mas quando “caiu em si” e voltou pra casa, a sua retórica mudou: “por favor, trate-me como seu empregado” (Lucas 15:19 NVT).
Portanto, se alguém acha que tem qualquer direito de exigir perdão de Deus, este alguém está perdido e condenado! Se acredita que Deus tem o dever e a obrigação de perdoá-lo, certamente não será perdoado. Todavia, se compreender que pecou contra Deus, e o quão indigno e miserável isso te torna, então tudo será diferente.
É interessante observar que, nas ilustrações do pastor e a ovelha perdida, bem como da mulher e a dracma perdida, o amor de Deus é demonstrado por meio de uma busca ativa pelo pecador. Na ilustração do pai e seus dois filhos, este mesmo amor ativo é demonstrado, mas é acrescentado também as ações, reações e condições do pecador perdido, para que ninguém seja equivocado ao ponto de pensar que todos seremos automaticamente salvos, assim como a ovelha e a moeda foram encontradas.
Dessa forma, o ponto fundamental é o mesmo, mas sua aplicação se torna ainda mais direta e pessoal. O filho mais jovem pôs em prática sua resolução: voltou para o pai e entregou-se à sua misericórdia e compaixão. E, quando voltou pra casa, a ilustração atinge seu clímax:
“Quando ele ainda estava longe, seu pai o viu. Cheio de compaixão, correu para o filho, o abraçou e o beijou.”
Você consegue imaginar a ira dos fariseus e mestres da lei ao ouvir que, ao invés de apedrejar o filho, o pai lhe deu a parte da herança; e, sobretudo, ao invés de rejeitá-lo por ter pecado tanto contra o pai, este vê o filho de longe, enche-se de compaixão, corre para o filho (porque não se via um ancião correndo naquela época, era desrespeitoso), o abraça e lhe enche de beijos?
Não é assim que muitas vezes reagimos ao testemunhar a extravagância do amor e perdão de Deus sobre aqueles que, até então, considerávamos os mais vis pecadores?
Meditemos nisto!