“Assim, a Palavra se tornou ser humano, carne e osso, e habitou entre nós. Ele era cheio de graça e verdade. E vimos sua glória, a glória do Filho único do Pai.” (João 1:14 NVT)
A verdade central ensinada neste versículo é a encarnação de nosso Senhor e Salvador Jesus, o Cristo; ou seja, o fato de que o Verbo se fez carne “e habitou entre nós”. Em outras palavras, Jesus assumiu a natureza humana a fim de ser o nosso Redentor.
Jesus, de forma milagrosa foi concebido e nasceu de uma mulher (confira Lucas 1:30-35). Assim como nós, passou por todas as etapas do desenvolvimento humano – infância, adolescência, juventude e maturidade – crescendo tanto em estatura quanto em sabedoria (confira Lucas 2:52). Tal como nós, Jesus se alimentou, bebeu, dormia, se cansava, chorou e experimentou fome, sede e dor. No entanto, em todo tempo, Cristo é perfeitamente Deus e completamente homem!
A união inseparável e constante das duas naturezas na Pessoa de Cristo dá valor infinito à Sua obra de mediação: sendo plenamente homem, Jesus pode se identificar conosco; e, ao mesmo tempo, sendo plenamente Deus, Ele pode interceder por nós diante do Pai, em um relacionamento de igualdade, porque Ele é verdadeiramente Deus.
Quando o apóstolo João afirma que Cristo “habitou entre nós”, é como dizer que Ele “ergueu sua tenda” ou “tabernaculou entre nós”, uma referência à morada de Deus no meio dos israelitas no Tabernáculo (confira Êxodo 25:8-9; 33:7). Agora, Deus está presente entre o Seu povo na Pessoa do Verbo encarnado, Jesus Cristo, “pois a lei foi dada por meio de Moisés, mas a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (João 1:17 NVT).
“Ele era cheio de graça e verdade. E vimos sua glória, a glória do Filho único do Pai.”
A vinda de Cristo cumpre o simbolismo do Antigo Testamento em relação à habitação de Deus com o homem. A menção à glória de Deus remete às passagens do Antigo Testamento que descrevem a manifestação da presença e glória divina no Tabernáculo e no Templo:
“Então a nuvem cobriu a tenda do encontro, e a glória do Senhor encheu o Tabernáculo. Moisés não podia mais entrar na tenda do encontro, pois a nuvem estava sobre ela, e a glória do Senhor a enchia.”
(Êxodo 40:34-35 NVT)
“Quando Salomão terminou de orar, desceu fogo do céu e queimou os holocaustos e os sacrifícios, e a presença gloriosa do Senhor encheu o Templo. Os sacerdotes não podiam entrar no Templo do Senhor, pois a presença gloriosa do Senhor havia enchido o Templo.” (2 Crônicas 7:1-2 NVT)
Essa é a glória à qual João se refere ao escrever “a glória do Filho único do Pai”, pois Jesus é o Filho de Deus, não no sentido de ser criado, mas no sentido de ser um Filho que compartilha completamente dos atributos do Pai ! Como o próprio Jesus afirmou:
“O Pai e eu somos um.” (João 10:30 NVT)