“Jesus respondeu: ‘Agora não é o momento certo de eu ir, mas vocês podem ir a qualquer hora. O mundo não pode odiá-los, mas a mim ele odeia, pois eu o acuso de fazer o mal’.” (João 7:6-7 NVT)
O capítulo 7 do Evangelho de João começa relatando que “Jesus viajou pela Galileia”, optando por “ficar longe da Judeia, onde os líderes judeus planejavam Sua morte” (João 7:1 NVT). Os líderes ou governantes nutriam grande aversão por Jesus, sempre buscando uma ocasião para matá-Lo.
“Logo, porém, chegou o tempo da celebração judaica chamada Festa das Cabanas.” (João 7:2 NVT)
A Festa das Cabanas, também chamada de Festa dos Tabernáculos, era uma das solenidades mais importantes no calendário religioso de Israel, sendo uma das três festas em que todos os homens eram convocados a ir a Jerusalém. Foi instituída em Levítico 23:33-44, e restaurada no período de Neemias, após um longo período de esquecimento (confira Neemias 8:14). A Festa relembrava a experiência dos israelitas vivendo em tendas durante a jornada pelo deserto, após a saída do Egito. Além disso, era uma festa marcada pela alegria, apontando profeticamente para o futuro reinado do Messias, quando Israel salvo habitaria em paz e prosperidade.
“Os irmãos de Jesus lhe disseram: ‘Saia daqui e vá à Judeia, onde seus seguidores poderão ver os milagres que realiza. Você não se tornará famoso escondendo-se dessa forma. Se você pode fazer coisas tão maravilhosas, mostre-se ao mundo!’. Pois nem mesmo seus irmãos criam nEle.” (João 7:3-5 NVT)
Os “irmãos de Jesus” eram provavelmente os filhos de Maria nascidos após o nascimento de Jesus. Apesar de conviverem com Ele, esses irmãos não acreditavam que Jesus fosse o Messias e o incentivaram a se expor publicamente. Teriam feito isso buscando reconhecimento por serem parentes de alguém tão notório? Ou seria por ciúme da fama crescente de Jesus? Talvez, até mesmo, desejassem que Ele enfrentasse o perigo na Judeia e fosse morto.
É possível que as palavras dos irmãos tivessem um tom irônico, insinuando que Jesus estava buscando notoriedade. Eles afirmaram: “Você não se tornará famoso escondendo-se dessa forma.”. Isso demonstrava claramente sua descrença em Jesus como o Messias e a falta de um desejo genuíno de ver a glória dEle revelada. No entanto, o que os irmãos de Jesus não compreendiam era que a vida dEle seguia um plano divino desde o início:
“Jesus respondeu: ‘Agora não é o momento certo de eu ir, mas vocês podem ir a qualquer hora. O mundo não pode odiá-los, mas a mim ele odeia, pois eu o acuso de fazer o mal’.”
Jesus estava plenamente consciente de Sua missão e sabia que não era o momento estabelecido por Deus para uma manifestação pública em Jerusalém. Diferentemente de Seus irmãos, a vida de Jesus foi inteiramente dedicada em obediência à vontade do Pai. A santidade impecável de Cristo expôs a pecaminosidade da humanidade, revelando quão distante esta estava de Deus. Contudo, em vez de se arrependerem, e clamarem por misericórdia, os homens buscaram matar Jesus.
Ser amado e aceito pelo mundo, em vez de rejeitado e odiado por ele, pode ser uma das condições mais terríveis para um cristão verdadeiro. Pois, a ausência do ódio do mundo frequentemente indica que não testemunhamos contra suas obras más. Por isso, devemos permanecer vigilantes e em oração, lembrando-nos de que “a amizade com o mundo nos torna inimigos de Deus” (Tiago :4 NVT).