“‘Não sei se ele é pecador’, respondeu o homem. ‘Mas uma coisa sei: eu era cego e agora vejo!’” (João 9:25 NVT)
Era um sábado quando Jesus realizou a cura de um homem que havia nascido cego. Esse episódio tem uma semelhança notável com a cura do homem coxo narrada no capítulo 5 do Evangelho de João: em ambos os relatos, os fariseus interpretaram de maneira completamente equivocada o propósito do dia de descanso.
“Alguns dos fariseus disseram: ‘Esse homem não é de Deus, pois trabalha no sábado’.” (João 9:16 NVT)
Eles não compreenderam que o sábado foi instituído para o benefício do homem, com o objetivo de promover sua saúde física, mental e espiritual. Embora fosse um dia distinto e consagrado, isso não exclui a prática de atos de bondade e misericórdia.
Entre os fariseus, havia uma divisão de opiniões. Alguns acreditavam que um homem pecador jamais seria capaz de realizar um milagre tão extraordinário. Outros, contudo, questionaram a veracidade do fato, investigando se aquele homem realmente havia nascido cego (confira João 9:17-18). Até mesmo os pais do homem foram interrogados, mas, por medo de serem expulsos da sinagoga, preferiram se esquivar, declarando que o filho, sendo maior de idade, poderia falar por si mesmo (confira João 9:20-23).
Apesar das evidências, os judeus permaneceram decididos a rejeitar Jesus. Tentaram, sem sucesso, convencer o homem curado a negar quem havia realizado o milagre. Contudo, ele respondeu com simplicidade e firmeza:
“‘Não sei se ele é pecador’, respondeu o homem. ‘Mas uma coisa sei: eu era cego e agora vejo!’”
Para um cristão genuíno, , não há testemunho mais poderoso do que este. Embora a fé daquele homem ainda fosse imatura e seu conhecimento doutrinário limitado, ele estava certo da transformação que Jesus havia operado em sua vida. Ao longo do relato, ele descreve Jesus como “o homem chamado Jesus” (João 9:11); “profeta” (João 9:17); “homem de Deus” (João 9:33); e, finalmente, “Senhor” (João 9:38). Essa progressão demonstra claramente como ele foi conduzido das trevas para a luz, tanto no aspecto físico quanto espiritual.
“Então Jesus disse: ‘Eu vim a este mundo para julgar, para dar visão aos cegos e para fazer que os que veem se tornem cegos’.” (João 9:39 NVT)
Ao ouvirem isso, os fariseus, indignados, perguntaram se Jesus estava insinuando que eles também eram cegos. A resposta de Jesus foi incisiva: se tivessem reconhecido a cegueira, poderiam ser libertos do pecado. No entanto, por acreditarem que podiam “ver” sem a intervenção de Cristo, permaneciam sem solução para sua condição espiritual (confira João 9:41).
De fato, há maior esperança para quem admite: “Sou um pecador necessitado do ensino de Deus”, do que para aquele que proclama: “Já sei tudo que preciso, não sou ignorante”, mas continua preso ao pecado. Nossa oração constante deve ser como a de Davi:
“Ensina-me os teus caminhos, Senhor, para que eu viva segundo a tua verdade. Concede-me pureza de coração, para que eu honre o teu nome.” (Salmos 96:11 NVT)