“Mais tarde, Jesus o encontrou no templo e lhe disse: ‘Agora você está curado; deixe de pecar, para que nada pior lhe aconteça’.” (João 5:14 NVT)
Nos Evangelhos, encontramos um registro fiel de “tudo que Jesus começou a fazer e a ensinar” (Atos 1:1). O que Jesus ensinava explicava Suas ações, e Suas ações confirmavam Seu ensino. No capítulo 5 do Evangelho de João, vemos tanto um milagre quanto um sermão profundo e instrutivo.
No contexto deste trecho, aprendemos sobre a grande miséria que o pecado trouxe ao mundo (confira João 5:2-4). O texto descreve um homem que esteve enfermo por trinta e oito anos (João 5:5). Ele vivia sem amigos, sem auxílio e sem esperança. Os anos se passaram, e ele permaneceu enfermo. Ao lermos sobre casos de enfermidade como esse, convém relembrar sobre o quanto devemos odiar o pecado. Deus não criou o ser humano para ser assolado por dores, sofrimentos ou doenças; essas coisas são consequências da Queda!
Jesus notou aquele homem que, embora esquecido pela multidão, não passou despercebido aos olhos de Cristo. Em Sua onisciência, Jesus sabia exatamente quanto tempo o homem se encontrava nessa condição e teve compaixão dele. De maneira inesperada, perguntou ao enfermo:
“Você gostaria de ser curado?” (João 5:6 NVT)
Jesus já sabia que esse era o desejo mais profundo daquele homem! Mas queria que ele reconhecesse sua própria impotência e desesperada necessidade de cura. No entanto, a resposta do homem refletiu que ele pensava numa cura baseada em seus próprios esforços: “Não consigo, senhor, pois não tenho quem me coloque no tanque quando a água se agita. Alguém sempre chega antes de mim” (João 5:7 NVT).
Jesus simplesmente deu uma ordem, e uma nova vida começou a fluir nos membros daquele homem, antes paralisados pela enfermidade. Ele foi curado imediatamente (confira João 5:8-9)! Assim como no caso do filho do oficial romano, a cura foi instantânea, não gradual. O homem creu e obedeceu ao comando de Jesus, ele “pegou sua maca e começou a andar”.
Esse milagre ocorreu no sábado, dia em que os judeus foram proibidos de realizar qualquer tipo de trabalho. Por isso, ao verem o homem carregando sua maca (que poderia ser uma almofada ou um pequeno colchão) no sábado, eles o confrontaram. Mas o homem, agora curado, explicou que Aquele que o curara havia ordenado que ele fizesse isso (confira João 5:10-11).
Os judeus quiseram saber quem ousara dar ao homem essa orientação que “quebrava” a tradição do sábado, mas o homem ainda não sabia quem era Jesus naquele momento. Era também impossível identificá-lo, pois “Jesus havia desaparecido no meio da multidão” (João 5:13 NVT). Mais tarde, Jesus encontrou o homem curado no templo e lhe disse: “Agora você está curado; deixe de pecar, para que nada pior lhe aconteça”.
Com essa advertência, Jesus queria que o homem entendesse que o pecado traz consequências muito piores que a doença física. Aqueles que morrem em seus pecados enfrentam o sofrimento eterno. Jesus demonstrou amor e misericórdia ao curar aquele homem; portanto, seria um grande erro se ele voltasse a viver no mesmo tipo de pecado que, possivelmente, foi a origem de sua doença.
Cada enfermidade, tristeza ou provação revela a voz de Deus falando conosco. Felizes são aqueles que compreendem que, neste mundo, nada acontece por acaso! Da mesma forma que a enfermidade, a cura também pode nos trazer lições valiosas. A saúde renovada deve nos motivar a retornar às atividades diárias com um ódio ainda maior ao pecado e uma vigilância mais cuidadosa. No entanto, a alegria pela recuperação pode nos levar a esquecer os compromissos que assumimos durante o tempo de enfermidade. Portanto, devemos sempre orar, vigiar e, sobretudo, deixar de pecar!