“O Filho é a imagem do Deus invisível e é supremo sobre toda a criação.” (Colossenses 1:15 NVT)
A carta de Paulo aos colossenses foi redigida durante o período de sua prisão domiciliar em Roma (confira Atos 28:30). Ela emerge como um farol em meio à decadência social e comercial da outrora próspera cidade de Colossos, que sucumbiu ao declínio sob o domínio do Império Romano, ofuscada pela ascensão de Laodicéia e Hierápolis.
Fundada durante a terceira viagem missionária de Paulo (confira Atos 18:21-23), a igreja em Colossos, embora não visitada pessoalmente pelo apóstolo, encontrou em Epafras um dedicado fundador. Este homem piedoso, cujo amor pelos crentes era notável, foi usado por Deus para desempenhar um papel crucial na propagação do Evangelho:
“Vocês aprenderam as boas-novas por meio de Epafras, nosso amado colaborador. Ele é servo fiel de Cristo e nos tem ajudado em favor de vocês. Ele nos contou do amor que o Espírito lhes tem dado.” (Colossenses 1:7-8 NVT)
“Epafras, que é um de vocês e servo de Cristo Jesus, lhes envia saudações. Ele sempre ora por vocês com fervor, pedindo que sejam maduros e plenamente confiantes de que praticam toda a vontade de Deus. Posso lhes assegurar que ele tem se esforçado grandemente por vocês e pelos que estão em Laodiceia e em Hierápolis.” (Colossenses 4:12-13 NVT)
A diversidade cultural de Colossos, no entanto, gerou um mistura de crenças, abrindo caminho para heresias que se infiltravam na igreja. A carta de Paulo revela esses desvios, combatendo uma filosofia especulativa que buscava subjugar os colossenses (confira Colossenses 2:8). Essa ideologia, possivelmente com raízes gnósticas, propunha uma multiplicidade de emanações divinas, equiparando Cristo a uma dessas entidades inferiores (confira Colossenses 2:18).
Em resposta a tais heresias, Paulo, após fervorosas orações pelos colossenses, dedica-se a exaltar a supremacia de Cristo. A carta assume o papel de refutar a filosofia enganosa e estabelecer devoção exclusiva a Cristo como perfeito e suficiente cabeça da igreja:
“O Filho é a imagem do Deus invisível e é supremo sobre toda a criação. Pois, por meio dEle, todas as coisas foram criadas, tanto nos céus como na terra, todas as coisas que podemos ver e as que não podemos, como os tronos, reinos, governantes e as autoridades do mundo invisível. Tudo foi criado por meio dEle e para Ele. Ele existia antes de todas as coisas e mantém tudo em harmonia. Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja. Ele é o princípio, supremo sobre os que ressuscitam dos mortos; portanto, Ele é primeiro em tudo.” (Colossenses 1:15-20 NVT)
Ao afirmar e exaltar a divindade e supremacia de Cristo como criador e sustentador do universo, Paulo enfatiza sua posição central na fé. Essa doutrina, conhecida como “solus Christus” (somente Cristo), se torna o alicerce da carta, combatendo qualquer forma de adoração a entidades inferiores e elevando Cristo à sua devida posição de glória e majestade.
Portanto, a carta aos colossenses, mesmo escrita em resposta a um contexto histórico específico, transcende o tempo, oferecendo princípios atemporais para a Igreja. Seu combate às heresias baseado na divindade de Cristo e da suficiência da fé nEle serve como um farol para todos os cristãos, guiando-nos na verdade e na adoração autêntica ao único Deus verdadeiro, revelado em Jesus Cristo.
Solus Christus