“Levantem-se e vamos. Meu traidor chegou.” (Marcos 14:42 NVT)
Quem era o traidor que havia chegado? Judas Iscariotes, um dos Doze:
“No mesmo instante, enquanto Jesus ainda falava, Judas, um dos Doze, chegou com uma multidão armada de espadas e pedaços de pau. Tinham sido enviados pelos principais sacerdotes, mestres da lei e líderes do povo.” (Marcos 14:43 NVT)
Judas foi amado por Jesus, caminhou ao lado Dele, ouviu Seus ensinamentos, presenciou milagres, mas, mesmo assim, ciente do plano dos principais sacerdotes de capturar Jesus, decidiu entregá-lo. Sua motivação? O dinheiro. Por trinta moedas de prata, Judas negociou seu chamado, sua lealdade, suas crenças e se tornou um traidor.
Jesus já havia predito que seria traído (confira Marcos 9:31-32; 10:33), mas o nome do traidor não foi revelado; o Mestre apenas destacou que quem o trairia estava entre os Doze que partilhavam a mesa com Ele. Para os orientais, a comunhão à mesa representava um gesto de paz e confiança; compartilhar uma refeição significava compartilhar a vida. Dessa forma, ao comer com Cristo, Judas fingia ter intimidade com Ele; no entanto, pouco depois, ele surge “com uma multidão armada de espadas e pedaços de pau”.
É evidente que os opositores do nosso Senhor não entenderam a verdadeira essência de Seu reino. Eles presumiam que Jesus seria defendido por Seus discípulos e que não seria capturado sem resistência. No entanto, o que ignoravam é que o reino de Deus não se expande pela força ou por métodos humanos.
“Jesus perguntou: ‘Por acaso sou um revolucionário perigoso, para que venham me prender com espadas e pedaços de pau? Por que não me prenderam no templo? Todos os dias estive ali, no meio de vocês, ensinando. Mas estas coisas estão acontecendo para que se cumpra o que dizem as Escrituras’.” (Marcos 14:48-49 NVT)
Além de aparecer com espadas e porretes, Judas já havia combinado um sinal com os que vinham prender Jesus:
“‘Vocês saberão a quem devem prender quando eu o cumprimentar com um beijo. Então poderão levá-lo em segurança’. Assim que chegaram, Judas se aproximou de Jesus. ‘Rabi!’, exclamou ele, e o beijou.” (Marcos 14:44-45 NVT)
Era muito comum saudar um mestre com um beijo, e Judas usou esse símbolo de amizade para trair Jesus. O evangelista Lucas registra que o Senhor Jesus lhe perguntou: “Judas, com um beijo você trai o Filho do Homem?” (Lucas 22:48 NVT). Essa pergunta deve ter ecoado nos ouvidos de Judas, mas ele estava completamente dominado pelo diabo.
“Os outros agarraram Jesus e o prenderam. Mas um dos que estavam com Jesus puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha.”
(Marcos 14:46-47 NVT; confira João 18:10)
Pedro, que momentos antes estava dormindo, subitamente se mostrou destemido. Ele não tinha orado nem ficado alerta como Jesus havia aconselhado e, naquele instante, entrou em uma batalha errada, no momento errado, com a finalidade errada e por motivos errados. A falta de vigilância e oração dos discípulos transformou-se em medo e fraqueza. Assim, todos aqueles que haviam prometido fidelidade inabalável a Jesus poucas horas antes, o “abandonaram e fugiram” (Marcos 14:50 NVT).
Portanto, diante desta atitude por parte dos discípulos, devemos buscar revestir-nos de humildade, pois jamais podemos prever até onde nossa fé pode vacilar ou o que somos capazes de fazer sob a pressão da tentação. Portanto, oremos e estejamos sempre vigilantes!