“No caminho, Jesus disse: ‘Todos vocês me abandonarão, pois as Escrituras dizem: Deus ferirá o pastor, e as ovelhas serão dispersas’. ‘Mas, depois de ressuscitar, irei adiante de vocês à Galileia’.” (Marcos 14:27-28 NVT)
Depois da Ceia, o evangelista Marcos relata que Jesus e os discípulos “cantaram um hino e saíram para o monte das Oliveiras” (Marcos 14:26 NVT). Em seguida, Jesus, citando o profeta Zacarias, afirma que, quando Ele fosse ferido, todos O abandonariam (confira Zacarias 13:7). Ou seja, a reação dos discípulos fugindo do jardim no Getsêmani não surpreendeu Jesus (confira Marcos 14:50).
Apesar de tê-los avisado de forma explícita: “todos vocês me abandonarão”; todos os outros discípulos, assim como Pedro, disseram que isso jamais aconteceria:
“Pedro, no entanto, insistiu enfaticamente: ‘Mesmo que eu tenha de morrer ao seu lado, jamais o negarei!’. E todos os outros discípulos disseram o mesmo.”
(Marcos 14:31 NVT)
Perceba que a declaração enfática de Pedro vem logo depois de Jesus lhe revelar o grave pecado que ele cometeria:
“Pedro declarou: ‘Mesmo que todos os outros o abandonem, eu jamais farei isso’. Jesus respondeu: ‘Eu lhe digo a verdade: esta mesma noite, antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes’.”
(Marcos 14:29-30 NVT)
Talvez você fique estremecido ao ler esses versículos. No entanto, antes de criticar a postura de Pedro, reflita sobre a atitude de Jesus: em Sua onisciência, Ele já conhecia as falhas de Seu povo, mas, ainda assim, é o compassivo Sumo Sacerdote. Jesus sabia que Seu povo, antes de se converter, era composto de pessoas pecadoras e culpadas; ainda assim, Ele os amou. Também sabia que, após a conversão, Seu povo continuaria imperfeito e frágil; mesmo assim Cristo os amou e levou sobre Si seus pecados, justificando-os e apagando todas as suas transgressões.
Observe que a atitude de Cristo nos faz estremecer ainda mais do que a atitude de Pedro. Portanto, se quisermos ser conhecidos como Seus seguidores, devemos aprender a ser mais compassivos uns com os outros e não julgar que alguém está desprovido da graça divina simplesmente porque percebemos nele fraquezas. Afinal, todos nós precisamos, diariamente, do auxílio do Espírito Santo para não sucumbirmos à tentação. Além disso, se nos dedicarmos a julgar uns aos outros, deixaremos de ouvir as palavras de consolo que vem do Senhor, assim como aconteceu com os discípulos naquela ocasião:
“Mas, depois de ressuscitar, irei adiante de vocês à Galileia.”
Os discípulos estavam tão ocupados em debater com Jesus que não prestaram atenção quando o Mestre mencionou claramente Sua ressurreição. Por isso, quando Jesus foi traído, eles O abandonaram. Quando Ele foi crucificado, os discípulos quase perderam a esperança. E, quando ressuscitou, eles não acreditaram, embora Jesus tivesse falado sobre isso diversas vezes.
Portanto, devemos estar vigilantes! Pois, muito frequentemente temos essas mesmas atitudes: temos planos anuais para leitura bíblica, mas lemos tão rapidamente que raramente lembramos de uma só passagem, como se nunca tivéssemos lido! Ouvimos palavras de sabedoria nos sermões dominicais, mas continuamos a viver como se nunca tivéssemos escutado. Então, quando o tempo de tristeza, enfermidade, luto e aflição chega, estamos completamente despreparados e muitos perdem a esperança.
Que o Senhor nos conceda uma compreensão profunda da Sua Palavra. Que possamos refletir em cada parte com a devida atenção, sem deixar escapar qualquer verdade preciosa. Que essa verdade seja um firme alicerce para os dias que virão! E que a nossa oração diária seja:
“Sustenta-me, Senhor, pois só assim estarei seguro!”
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