“Moisés foi educado em toda a sabedoria dos egípcios e era poderoso em palavras e ações.” (Atos 7:22 NVT)
Estêvão chega agora à terceira e mais extensa parte de seu discurso, que trata principalmente sobre Moisés. Ao se aproximar o tempo do cumprimento da promessa feita por Deus (confira Atos 7:7), a descendência de Abraão crescia em número no Egito. E a crise surgiu com a ascensão de um novo Faraó que não conhecia José e se sentia ameaçado pelo poder crescente dos israelitas (confira Atos 7:17-20).
“Por essa época, nasceu Moisés, um bebê especial aos olhos de Deus. Seus pais cuidaram dele em casa por três meses. Quando tiveram de abandoná-lo, a filha do faraó o adotou e o criou como seu próprio filho. Moisés foi educado em toda a sabedoria dos egípcios e era poderoso em palavras e ações.”
(Atos 7:20-22 NVT)
A história sobre Moisés, que recebeu muita atenção e importância na tradição judaica, é dividida em três partes, correspondendo a cada um dos três períodos de quarenta anos que constituíram sua vida. Quarenta era a idade que, na opinião dos rabinos, um homem atingia a maturidade. Os primeiros quarenta anos de Moisés são passados no palácio do Faraó; os próximos quarenta anos são passados no deserto; e os últimos quarenta anos são aqueles em que Deus escolheu Moisés para cuidar de Seu povo.
Fazendo referência ao episódio da sarça ardente, Estêvão destacou mais uma vez que Deus é livre para se revelar onde quer que desejar:
“Quarenta anos depois, no deserto próximo ao monte Sinai, um anjo apareceu a Moisés nas chamas de um arbusto que queimava. Quando Moisés viu aquilo, ficou admirado. Aproximando-se para observar melhor, ouviu a voz do Senhor, que disse: ‘Eu sou o Deus de seus antepassados, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó’. Moisés tremia de medo e não tinha coragem de olhar. Então o Senhor lhe disse: ‘Tire as sandálias, pois você está pisando em terra santa’.” (Atos 7:30-33 NVT)
Estêvão tentou mostrar que Moisés, sobre quem os líderes acusavam Estêvão de falar contra, havia sido rejeitado pelos antepassados como líder e salvador designado por Deus, assim como eles estavam rejeitando Jesus. Afinal, foi de Jesus que Moisés deu testemunho:
“Esse mesmo Moisés disse ao povo de Israel: ‘Deus levantará para vocês um profeta como eu do meio de seu povo’.” (Atos 7:37 NVT; confira Deuteronômio 18:15)
Moisés estava prenunciando a vinda de Jesus. Por isso, Estêvão desafiou os líderes religiosos a crerem em tudo o que Moisés ensinara, ou rejeitarem tudo! E ainda lembrou que “seus antepassados se recusaram a obedecer a Moisés. Eles o rejeitaram e, em seu íntimo, voltaram ao Egito” (Atos 7:39 NVT). Por fim, Estêvão fala sobre o bezerro de ouro que o povo pediu Arão que construísse, cujo ídolo eles adoraram e ofereceram-lhe sacrifícios como se fosse um deus! O fato era que os líderes religiosos estavam cometendo o mesmo pecado que seus antepassados ao rejeitar o Evangelho.
Portanto, devemos orar e vigiar para não cometermos este mesmo erro: dizer com a nossa boca que cremos em Cristo como Senhor e Salvador, e, ao mesmo tempo, rejeitá-Lo em nosso íntimo construindo nossos ídolos particulares…
Pois, “essas coisas foram registradas há muito tempo para nos ensinar, e as Escrituras nos dão paciência e ânimo para mantermos a esperança.” (Romanos 15:4 NVT)