“Então o sumo sacerdote lhe perguntou: ‘Estas acusações são verdadeiras?’. Estêvão respondeu: ‘Irmãos e pais, ouçam-me!’.” (Atos 7:1,2 NVT)
Os judeus valorizavam profundamente a terra prometida (Canaã), a lei (ou Torá) e o templo. No entanto, eles não compreendiam que Cristo é mais importante que tudo isso e que, na verdade, tudo apontava para Cristo. Atos 7 registra o longo e detalhado discurso de Estêvão, um dos sete diáconos nomeados (confira Atos 6:3-5).
Estêvão fez uma revisão da história de Israel, desde Abraão até Moisés e os profetas. Seu discurso, que foi um sermão notável, desafiou a percepção dos líderes religiosos sobre a obra de Deus na história. Ele procurou mostrar claramente que toda a sua defesa dizia respeito ao cumprimento das promessas de Deus na vinda de Cristo.
Estêvão inicia seu sermão dizendo que “o Deus glorioso apareceu a Abraão na Mesopotâmia, antes de ele se estabelecer em Harã” (Atos 7:2 NVT). Isso significa que, quando Deus falou com Abraão pela primeira vez, Ele não estava no Templo de Jerusalém. Deus guiou Abraão durante sua peregrinação e o abençoou continuamente, embora a descendência de Abraão fosse “escravizada e oprimida por quatrocentos anos” antes de desfrutar da terra prometida (confira Atos 7:6-7; Gênesis 15:13-14).
Ao abordar o pacto da circuncisão, símbolo dado a Abraão para que ele não esquecesse a promessa de Deus, Estêvão explica que era um sinal externo que demonstrava a autenticidade da fé de Abraão. A circuncisão não tinha poder de salvar Abraão, mas sim a sua fé em Deus: “Abrão creu no Senhor, e assim foi considerado justo” (Gênesis 15:6 NVT). Semelhantemente, Deus não abençoaria os ouvintes de Estêvão por causa da circuncisão deles, mas mediante a fé.
Assim, Estêvão estabelece a base do seu argumento lembrando seus ouvintes que a essência da identidade judaica é serem herdeiros da promessa. E a promessa de Deus a Abraão culmina na “semente” ou “descendência” por meio da qual todas as nações seriam abençoadas – e essa semente é Cristo!
“Pois bem, Deus fez a promessa a Abraão e a seu descendente. Observem que as Escrituras não dizem ‘a seus descendentes’, como se fosse uma referência a muitos, mas sim ‘a seu descendente’, isto é, Cristo.” (Gálatas 3:16 NVT)
Portanto, assim como Estêvão pôde pregar sobre Cristo com base na história judaica, nós também podemos – e devemos! Utilizando qualquer parte da Palavra de Deus no Antigo Testamento, temos todo o suporte necessário para proclamar a Nova Aliança em Cristo Jesus!