“Então Jesus se voltou para os Doze e perguntou: ‘Vocês também vão embora?’” (João 6:67 NVT)
A graça de Deus, sem dúvida, é um tesouro eterno. Uma vez concedida, o ser humano nunca será separado dela, pois “o alicerce sólido de Deus permanece firme” (2 Timóteo 2:19 NVT). No entanto, na igreja na qual existe a graça, também encontramos a falsa espiritualidade e graça não genuína; e, dessa, os homens realmente se apartam.
Os homens podem praticar uma religião, aparentar bons sentimentos, nutrir desejos nobres, experimentar alegrias momentâneas e até sentir remorso, sem, contudo, conhecer a genuína graça de Deus. Por um período, podem até se comportar como cristãos autênticos, mas, eventualmente, retornarão ao mundo. E se isso ocorreu durante o ministério de Jesus (confira João 6:66), não convém nos surpreendermos que aconteça ainda mais frequentemente nos dias de hoje.
A multidão e os Doze ouviram a mesma “dura mensagem” (confira João 6:60) e testemunharam o milagre da multiplicação dos pães e peixes – e isso os colocou em posição de igualdade. Foi então que Jesus, confrontou os Doze:
“Vocês também vão embora?”
Contudo, imediatamente, Pedro respondeu com seu fervor característico:
“Senhor, para quem iremos? O senhor tem as palavras da vida eterna. Nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo de Deus.” (João 6:68-69 NVT)
A pergunta de Pedro foi tão impressionante quanto sua afirmação. Todo cristão verdadeiro deveria refletir da mesma forma quando estiver sob pressão ou tentado a abandonar a fé: Para quem mais iríamos recorrer?
A resposta de Pedro não foi apenas fruto de um momento emocional, mas uma declaração profunda de sua confiança em Cristo. Ele entendeu que não poderia alcançar a salvação por conta própria e descobriu sua total dependência do Senhor. Além de admitir sua condição diante de Deus, Pedro afirmou com certeza que não havia outro a quem pudesse recorrer, pois somente Cristo oferecia a vida eterna. Sua fé foi fundamentada no reconhecimento de que Jesus é, de fato, “o Santo de Deus”.
Seguir a Cristo verdadeiramente significa crer que Ele é o autor e consumador da nossa salvação, realizada através de Seu sacrifício perfeito. Esse sacrifício não apenas nos libertou da condenação do pecado, mas também do seu domínio sobre nossas vidas. No entanto, vivemos em um mundo cada vez mais hostil à verdade, onde muitos têm rejeitado essa mensagem e desprezado a Palavra de Deus.
Por isso, é necessário que cada um examine sua própria vida e reflita profundamente, pois a resposta de Jesus à declaração de Pedro não foi um elogio, mas uma advertência:
“Então Jesus disse: ‘Eu escolhi vocês doze, mas um de vocês é um diabo’. Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, um dos Doze, que mais tarde o trairia.” (João 6:70-71 NVT)