“A mulher deixou sua vasilha de água junto ao poço e correu de volta para o povoado, dizendo a todos: ‘Venham ver um homem que me disse tudo que eu já fiz na vida! Será que não é ele o Cristo?’.” (João 4:28-29 NVT)

Quando os discípulos voltaram de Sicar (confira João 4:8), encontraram Jesus em diálogo com a mulher samaritana. Eles ficaram espantados que Ele conversasse com ela; entretanto, ninguém ousou questionar o Senhor sobre o motivo (confira João 4:27). O fato de Jesus ter demonstrado interesse em dialogar com uma mulher samaritana foi impressionante para os discípulos, pois contrariava o que eles esperavam de um líder religioso.

O sentimento de perplexidade e surpresa evidenciado pelos discípulos não é uma ocorrência isolada nas Escrituras. Quando o Senhor Jesus permitiu que publicanos e pecadores se aproximassem e permanecessem em Sua presença, os fariseus também o censuraram, dizendo: “Ele se reúne com pecadores e até come com eles!” (Lucas 15:2 NVT).

Quando Saulo voltou de Damasco como um convertido, os cristãos em Jerusalém ficaram atônitos:

“Quando Saulo chegou a Jerusalém, tentou se encontrar com os discípulos, mas todos estavam com medo dele, pois não acreditavam que ele tivesse de fato se tornado discípulo.” (Atos 9:26 NVT)

O mesmo se aplica a nós hoje. Quantas vezes assumimos o papel dos discípulos e dos fariseus, duvidando e criticando novos convertidos na fé, especialmente aqueles cuja vida anterior era marcada por comportamentos imorais e perversos? Muitas vezes, somos inclinados a questionar a autenticidade de sua nova vida. Que o Senhor nos repreenda! Pois a maneira poderosa, graciosa, misericordiosa e paciente de Cristo tratar os pecadores ainda é algo que surpreende tanto a Igreja quanto o mundo. Não deveríamos julgar algo como impossível, nem imaginar que qualquer pecador esteja além do alcance da graça divina.

Após Jesus se revelar como o Messias à mulher samaritana, ela “deixou sua vasilha de água junto ao poço e correu de volta para o povoado, dizendo a todos: ‘Venham ver um homem que me disse tudo que eu já fiz na vida! Será que não é ele o Cristo?’.”  A mulher samaritana havia saído de casa com o propósito de buscar água, mas encontrou, junto ao poço, um novo coração e novos valores para a vida. Tudo se tornou novo, e por um momento, todas as outras preocupações foram deixadas de lado. Com a alegria da recente conversão, a mulher abandonou seu cântaro e apressou-se em contar aos outros sobre o Messias.

Seu testemunho foi simples, mas impactante. Ela despertou nos corações dos habitantes daquele povoado a possibilidade de que aquele homem fosse realmente o Messias. Em sua mente, entretanto, havia pouca dúvida, pois Ele já se apresentara a ela como o Cristo. Mas a mulher samaritana plantou a dúvida nos pensamentos das pessoas para que elas pudessem ir até Jesus e descobrir por si mesmas.

Bem-aventurados são aqueles que, em alguma medida, compartilham da mesma experiência que a mulher samaritana e podem declarar como o apóstolo Paulo:

“Todas as outras coisas são insignificantes comparadas ao ganho inestimável de conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele, deixei de lado todas as coisas e as considero menos que lixo, a fim de poder ganhar a Cristo e nele ser encontrado.” (Filipenses 3:8,9 NVT)